O jornalismo esportivo brasileiro perdeu neste domingo (19) uma de suas figuras mais emblemáticas. João Baptista Belinaso Neto, conhecido como Léo Batista, faleceu aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 6 de janeiro no Hospital Rios D’Or, na Zona Oeste, em decorrência de um câncer no pâncreas, descoberto após apresentar quadro de desidratação e dores abdominais.
Natural de Cordeirópolis, interior de São Paulo, Léo Batista iniciou sua trajetória nos anos 1940 como locutor de alto-falante em sua cidade natal. Filho de imigrantes italianos, deixou o colégio interno aos 14 anos para ajudar a família e trabalhou em diversas funções antes de seguir sua vocação no rádio.
A carreira no rádio começou na Rádio Birigui, em São Paulo, e ganhou projeção ao se mudar para o Rio de Janeiro em 1952. Na Rádio Globo, destacou-se como redator e locutor, tornando-se responsável pela transmissão de eventos marcantes, como a notícia da morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954.
A transição para a televisão aconteceu em 1955, na TV Rio. Em 1970, já na TV Globo, durante a cobertura da Copa do Mundo, Léo Batista estreou na emissora. Inicialmente freelancer, foi contratado em definitivo após substituir Cid Moreira no “Jornal Nacional” durante uma edição extraordinária.
Léo Batista foi pioneiro e presença constante nos principais programas esportivos da Globo. Ele integrou o time de apresentadores do “Jornal Hoje” (1971), participou da criação do “Esporte Espetacular” (1973) e deu nome ao “Globo Esporte” (1978). Sua voz marcante ficou eternizada no quadro “Gols do Fantástico”, que ele apresentou por décadas.
Léo Batista também foi o primeiro narrador brasileiro a transmitir surfe e Fórmula 1 na televisão. Ele recebeu homenagens ao longo de sua trajetória, como o quadro “Histórias do Léo”, no Globo Esporte, em 2011, e manteve-se ativo até pouco antes de sua internação, mesmo após completar 70 anos de carreira.