Com apenas 12,8% dos domicílios recebendo o Bolsa Família, Goiás se destaca como o quinto estado brasileiro com a menor proporção de lares beneficiados pelo programa de transferência de renda. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2024, divulgada nesta quinta-feira (9) pelo IBGE.
O resultado coloca Goiás atrás apenas de Santa Catarina (5,2%), Rio Grande do Sul (10,7%), Paraná (11,3%) e Distrito Federal (11,5%) — todas unidades federativas com indicadores socioeconômicos historicamente mais elevados. A média nacional de domicílios beneficiados é de 18,2%, o que mostra que o estado goiano está significativamente abaixo do panorama geral do país.
A PNAD Contínua considera o percentual de domicílios particulares permanentes em que pelo menos um morador declarou ter recebido recursos do programa Bolsa Família, principal ferramenta federal de combate à pobreza e à extrema pobreza.
O índice de 12,8% em Goiás pode ser interpretado sob diferentes perspectivas. Por um lado, pode refletir avanços no mercado de trabalho formal e na renda familiar em setores importantes da economia goiana, como o agronegócio e a indústria farmacêutica. Por outro, também pode indicar que famílias em situação de vulnerabilidade não estão sendo alcançadas integralmente pelo programa, seja por barreiras no acesso, seja por critérios de elegibilidade.
Apesar da baixa proporção de beneficiários, o programa segue exercendo papel fundamental para os grupos mais vulneráveis. Em todo o Brasil, 13,5 milhões de domicílios declararam ter recebido o Bolsa Família em 2023. Segundo o IBGE, a maioria dos beneficiados está nas regiões Norte e Nordeste, onde estados como Maranhão (37,3%) e Alagoas (35,7%) lideram a participação no programa.
O levantamento revela, ainda, que o valor médio mensal recebido pelos domicílios beneficiados em Goiás foi de R$ 705 — valor ligeiramente abaixo da média nacional de R$ 714. Isso indica certa homogeneidade nos repasses, mas também reforça o papel complementar do programa em regiões com menor renda per capita.