Goiás está se consolidando como um dos principais polos de mineração do Brasil, destacando-se na produção de fosfato, níquel, vermiculita, cobre, ouro, bauxita, nióbio, crisotila, agrominerais e calcário agrícola. A relevância do estado no setor foi evidenciada pelos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) em 2022.
O presidente da Câmara Setorial de Mineração da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (CASMIN/FIEG), Wilson Antônio Borges, destacou o potencial mineral do estado, especialmente com a produção de terras raras pela companhia Serra Verde, localizada em Minaçu. "Nosso estado tem um potencial gigante para a questão mineral, especialmente para os minerais estratégicos como as terras raras e o cobre, fundamentais para a transição energética", afirmou.
As terras raras, essenciais na produção de supercondutores, catalisadores e outros produtos tecnológicos, estão presentes em abundância em Goiás. Os minerais, como explicou Borges, são fundamentais para a descarbonização e a mudança da matriz energética para fontes mais limpas. "Estamos passando pela descarbonização. Minerais como cobre, níquel, grafita, lítio, terras raras e cobalto são estratégicos para essa transição", disse.
O estado de Goiás, além de possuir um ambiente favorável para o setor, conta com um licenciamento ambiental modernizado, fator que tem atraído novos investidores. "Temos visto este como um bom momento para o setor mineral em Goiás, o que será fundamental para a transição energética e a descarbonização do planeta", destacou Borges.
Joel de Sant’Anna Braga Filho, secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), reforçou a importância da mineração para a economia goiana, que responde por 30% do PIB estadual e 20% das exportações. Recentes investimentos, que somam cerca de R$ 3 bilhões, visam garantir o crescimento sustentável do setor. "Nosso objetivo é utilizar os recursos naturais de maneira responsável, beneficiando toda a sociedade goiana", afirmou.
A empresa canadense Lundin Mining, que opera em Alto Horizonte, Goiás, exemplifica o compromisso com a mineração responsável. Em 2023, a companhia produziu aproximadamente 45 mil toneladas de cobre e 59 mil onças de ouro, resultando em exportações de US$ 433 milhões. Marcos Lewin, diretor de Sustentabilidade da Lundin Mining, destacou o compromisso da empresa com práticas minerárias sustentáveis.
No primeiro trimestre deste ano, o setor mineral brasileiro atingiu uma receita de R$ 68 bilhões. Além de Goiás, estados como Minas Gerais, Pará e São Paulo apresentaram crescimento no faturamento.
O potencial de crescimento mineral de Goiás será um dos temas abordados na Ficomex, a maior feira de internacionalização do Brasil, que acontecerá de 27 a 29 de agosto no centro de convenções de Goiânia. O evento contará com mais de 170 expositores e a participação de sete estados do Consórcio Brasil Central. A programação incluirá palestras, painéis, workshops, rodadas de negócios e lançamentos, e as inscrições são gratuitas.