Economia MORADIA

Metro quadrado estável mantém anapolinos divididos entre casas e apartamentos

Enquanto o custo da construção em Goiás apresenta alta discreta, moradores de Anápolis avaliam espaço, segurança e liberdade na hora de escolher onde morar

13/05/2025 15h00
Por: Lara Duarte
Foto: Prefeitura de Anápolis
Foto: Prefeitura de Anápolis

O custo médio do metro quadrado da construção civil em Goiás teve uma leve alta de 0,02% em abril de 2025, conforme dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE. Com isso, o valor médio do metro quadrado no estado chegou a R$ 1.783,04, abaixo da média nacional, que ficou em R$ 1.818,64. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento acumulado em Goiás é de 4,23%.

Mesmo com essa variação tímida, o valor do metro quadrado ainda é um dos principais fatores considerados por quem deseja construir ou comprar um imóvel. Em Anápolis, a escolha entre casa ou apartamento também pesa na balança – e a decisão está longe de ser unânime.

Jefther Santos, morador da cidade, compartilha que só mudou sua percepção sobre apartamentos depois de experimentar essa forma de moradia: “Não gostava de apartamento até morar em um e ver a desvantagem de ter menos liberdade, mas a vantagem de mais segurança.”

A segurança é, de fato, um dos principais atrativos dos apartamentos para muitos anapolinos. É o caso de Lídia Fernandes, que não abre mão do controle de acesso e do monitoramento que os condomínios oferecem. “Sinto-me mais protegida e tranquila”, afirma.

Por outro lado, o espaço e a liberdade ainda fazem das casas a escolha preferida de muitos. Anna Cecília Rodrigues é categórica: “Casa tem mais liberdade, mais espaço. Gosto de escutar TV em volume alto, de tocar violão às 23h, de ter uma casa cheia de gente. E acho uma crueldade criar animais em apartamento.”

O mesmo pensamento é compartilhado por Luan Henrique de Jesus, que destaca a importância do quintal para os pets e a privacidade que a casa proporciona: “Atualmente, prefiro morar em casa justamente por conta do espaço.”

Apesar dessas preferências, o mercado anapolino aponta uma tendência crescente de procura por apartamentos, especialmente entre os que buscam o primeiro imóvel. “Os anapolinos estão optando por apartamentos devido às facilidades oferecidas, como a entrada parcelada, que facilita a compra para quem não tem o valor total disponível. Além disso, o programa Minha Casa Minha Vida proporciona financiamento com taxas de juros mais baixas, tornando o sonho da casa própria mais acessível”, explica a corretora de imóveis Jayne Rodrigues.

Com o custo do metro quadrado mais acessível em Goiás que no cenário nacional, a construção de casas ainda é uma opção viável para muitas famílias, especialmente em bairros mais afastados do centro. Já os apartamentos, geralmente localizados em regiões mais valorizadas, continuam atraindo quem prioriza segurança e praticidade.

Censo revela aumento de apartamentos

Dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a quantidade de pessoas que vivem em prédios na cidade mais que dobrou na comparação com os números do levantamento de 2010. Em 2022, 9,7% dos moradores em domicílios particulares permanentemente ocupados viviam em apartamentos. Em 2010, essa proporção era de 4,2%. O aumento foi de 13.938 para 38.687 pessoas vivendo em apartamentos em Anápolis em 12 anos. 

O Censo 2022 revelou 397.062 residentes em domicílios permanentemente ocupados na cidade, enquanto em 2010 essa quantidade era de 333.280 pessoas. Essa expansão foi de 19,1%. Com o aumento dos apartamentos, caiu a proporção de moradores em casas em Anápolis, embora esse tipo de moradia esteja bem longe de perder a predominância. Em 2022, 352.426 residentes viviam em casa na cidade, o que representa 88,7% do total. Em 2010 eram 316.118 residentes, ou 94,8% do total da época.

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