A defesa do vereador Domingos Paula (PDT) registra, na tarde desta segunda-feira (30), um boletim de ocorrência contra a ativista Ellysama Aires, investigada no âmbito da Operação Máscara Digital e apontada como proprietária do perfil de ataques Anápolis na Roda. A medida é uma reação a um vídeo divulgado por ela nas redes sociais no fim de semana.
Aires, no vídeo, cita um trecho da pergunta do parlamentar ao prefeito Márcio Corrêa (PL) justamente sobre a suposta participação do chefe do executivo municipal no caso, em que o pedetista usa os termos “grupo criminoso”. Ela argumenta que não pode ser chamada de criminosa até uma eventual condenação e depois alega, sem mostrar provas, que Dominguinhos apresentou-a a duas esposas diferentes e teria cometido crime de importunação sexual em seu gabinete.
O advogado Wallisson Pereira dos Santos, representante do vereador, considera que Ellysama Aires cometeu crimes de calúnia - ao acusá-lo sem provas de um ato criminoso – e difamação - quando afirmou que ele a apresentou duas esposas diferentes e, por isso, registrará o boletim de ocorrência.
A partir disso, a defesa do parlamentar espera que ela retorne à prisão por ter descumprido medidas cautelares estabelecidas pela Justiça.
“A investigada calunia a pessoa do vereador, o difama e o persegue. Isso já foi objeto nas investigações. Por várias vezes, ela e o grupo criminoso publicou matérias sobre o vereador. Desta vez, como as outras, veio imputar fato definido como crime. Não se atentou que estava com medidas cautelares fixadas”, afirmou o advogado.
A juíza Marcela Caetano, da 5ª Vara Criminal de Anápolis, estabeleceu como cautelares - não só para Ellysama Aires, mas também para Denilson Boaventura e Luís Gustavo Rocha - não cometer nova infração penal e se abster da utilização das redes sociais enquanto a investigação estiver em curso.
"Duas medidas cautelares foram quebradas e isso automaticamente ensejaria a prisão. Ela afrontou a justiça com esse passo que deu. Vamos buscar reparação”, disse a defesa de Domingos Paula, que destacou que ela pode ter pena triplicada por tratar-se de divulgação qualificada.
Aires diz que não usa redes vetadas
A ativista, em nota, afirmou que não usa redes que foram motivos de cautelar da Justiça. Ela afirmou que as únicas mídias proibidas pela juíza foram Facebook e Instagram. “Quanto ao uso do aplicativo WhatsApp, trata-se de ferramenta privada de comunicação, com finalidade de troca de mensagens e, portanto, não se enquadra nas proibições impostas pela referida decisão.”
Também voltou a criticar Domingos Paula pelo “uso abusivo da tribuna para promover ataques pessoais e desprovidos de respaldo fático ou jurídico”.
“Quanto às colocações feitas em resposta às minhas manifestações anteriores, registro minha satisfação ao perceber que o nobre vereador reconhece que o espaço adequado para reivindicar direitos e apresentar eventuais alegações não é o plenário da Câmara, mas sim o Poder Judiciário, local legítimo para a resolução de conflitos e apuração de fatos, conforme preceitua o Estado Democrático de Direito.”
Ela também afirmou à reportagem que prestou queixa contra Dominguinhos por ter sido tratada como criminosa enquanto ainda é investigada.