Anápolis HISTÓRICO

Motoristas de ônibus disseram em janeiro que poderiam parar a qualquer momento

Cinco meses antes da paralisação total desta segunda (30), sindicato já alertava para insatisfação da categoria e risco de interrupção no serviço

30/06/2025 09h30
Por: Emilly Viana
Foto: Bruno Velasco
Foto: Bruno Velasco

A paralisação dos motoristas do transporte coletivo em Anápolis nesta segunda-feira (30), que suspendeu totalmente a circulação de ônibus na cidade, foi anunciada no início do dia sem aviso prévio à população. No entanto, cinco meses antes, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (Sittra), Adair Rodrigues, já havia declarado que a categoria poderia cruzar os braços a qualquer momento.

Em entrevista concedida ao DM Anápolis em 29 de janeiro, Rodrigues afirmou que a possibilidade de paralisação era real e poderia ocorrer de forma espontânea, caso as reivindicações dos trabalhadores continuassem sem resposta. A pauta havia sido entregue ainda em maio de 2024 e incluía o reajuste de 10% a partir da data-base de junho, aumento do tíquete alimentação, retorno do tíquete de férias e ajuda de custo para os motoristas que acumulam a função de cobrador.

“Notificamos todos os órgãos competentes, e a qualquer momento pode parar o transporte coletivo na cidade. É uma perda para o trabalhador, para o usuário e para a cidade em si. Mas vai acontecer. Se não tomarem providências, vai parar”, disse o presidente do sindicato à época.

No ano anterior, em dezembro de 2024, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) havia suspendido uma greve planejada e determinado o reajuste de 3,34%, o que, segundo o sindicato, não cobriu as perdas acumuladas e não solucionou os demais pontos da pauta.

Em janeiro deste ano, o então prefeito recém-empossado Márcio Corrêa (PL) disse que apresentaria um plano de mobilidade urbana e prometeu a redução da tarifa e melhorias no serviço. Apesar das reuniões realizadas entre a Prefeitura e a Urban, empresa responsável pela operação do sistema, nenhuma medida concreta foi anunciada.

O sistema de transporte coletivo de Anápolis opera com cerca de 400 trabalhadores, sendo a maior parte motoristas. A Urban afirma que aguarda providências da administração municipal para avançar nas negociações. O sindicato, por sua vez, alega que o prazo de 30 dias dado pela categoria expirou sem qualquer contraproposta.

A paralisação desta segunda foi definida em reunião da diretoria do sindicato e ocorreu de forma imediata. O presidente do Sittra confirmou que não houve assembleia com os trabalhadores nem comunicação prévia à população. A Prefeitura foi procurada para comentar a situação, mas até o fechamento deste texto não havia se manifestado.

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