Anápolis FLUXO MIGRATÓRIO

Paraenses são maioria entre os migrantes que vivem em Anápolis

Cidade tem mais de 4 mil habitantes que vieram do Pará, segundo dados do IBGE

30/06/2025 18h00
Por: Rafael Tomazeti
Foto: Samuel Sousa
Foto: Samuel Sousa

Os paraenses são maioria entre as pessoas não nativas de Goiás que moram em Anápolis. O dado é do Censo de 2022 e foi divulgado na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o levantamento, há dois anos eram 4.632 pessoas naturais do Pará que viviam na cidade. 

Depois dos migrantes do estado do Norte aparecem os naturais do Distrito Federal. Da população anapolina, 2.381 vieram da capital do país. Posteriormente estão oriundos do Maranhão (1.928), São Paulo (1.262), Tocantins (1.099), Bahia (981), Rio de Janeiro (739), Minas Gerais (555) e Mato Grosso (449).

Municípios limítrofes a Anápolis também têm paraenses como maioria de migrantes entre aqueles que não nasceram em território goiano. São os casos, por exemplo, de Abadiânia (209), Leopoldo de Bulhões (125) e Ouro Verde de Goiás (22). Em Goiânia, os naturais do Pará também lideram, com 11.732 pessoas do estado a viver na capital. 

No estado, a pesquisa apontou 10,9 mil migrantes estrangeiros em Goiás. A maioria deles (3,8 mil) veio da Venezuela. O mesmo se observa para o Brasil, onde foram registrados quase 200 mil venezuelanos (199,1 mil). Com o quantitativo apresentado, Goiás aparece como o décimo estado com maior número de estrangeiros oriundos da Venezuela. Roraima figura na primeira posição (59,2 mil), seguido por Amazonas (30,9 mil) e Santa Catarina (27 mil). 

Dados estaduais 

De acordo com os dados do Censo Demográfico, as maiores proporções de residentes em Goiás que não são naturais do estado provêm do Distrito Federal (16,7%), de Minas Gerais (14,1%) e do Maranhão (12,9%).  

Ao comparar esses resultados com o Censo de 2010, observa-se um aumento de 3,1 pontos percentuais na proporção de maranhenses e um crescimento de 2,5 pontos percentuais na participação de pessoas naturais do Distrito Federal. Em contrapartida, a proporção de migrantes oriundos de Minas Gerais registrou uma redução de 4,3 pontos percentuais. 

A análise com o Censo de 1991 revela que essas variações são ainda mais acentuadas, evidenciando uma tendência migratória crescente para Goiás de indivíduos do Distrito Federal e do Maranhão. Concomitantemente, o estado de Minas Gerais tem exportado progressivamente menos pessoas para Goiás. Tal dinâmica é exemplificada pela redução da participação mineira entre os não naturais residentes em Goiás: de 34,4% em 1991 para 14,1% em 2022. 

Entre 2017 e 2022, Goiás se destacou com o segundo maior saldo migratório do país (186,8 mil) e a terceira maior taxa líquida de migração (2,67%). Desde o Censo 1991, o estado ocupa a segunda posição no saldo migratório nacional. Já Santa Catarina, que apresentou o maior saldo em 2022 (354,4 mil), ocupou o lugar que era de São Paulo até 2010. Rio de Janeiro (-165,4 mil) e Maranhão (-129,2 mil), por outro lado, tiveram as maiores perdas populacionais no período.

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