Cultura OFICINA

Projeto que transforma folhas do Cerrado em arte e chega a instituições de Anápolis

Idealizado pelo mestre artesão Sinomar Fonseca, “A Arte da Esqueletização” ensina técnica sustentável em oficinas gratuitas e reforça a importância de preservar o bioma

23/06/2025 17h15 Atualizada há 3 semanas
Por: Lara Duarte
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Com o objetivo de promover a educação ambiental e valorizar o saber artesanal, o projeto “A Arte da Esqueletização” está sendo realizado em Anápolis com oficinas gratuitas em três instituições da cidade. A iniciativa, conduzida pelo mestre artesão Sinomar Fonseca, utiliza folhas do Cerrado para ensinar uma técnica que alia sustentabilidade e geração de renda.

O projeto propõe uma nova forma de enxergar o Cerrado: não como recurso a ser explorado, mas como patrimônio vivo, fonte de conhecimento, identidade cultural e criatividade. Idealizado pelo mestre artesão Sinomar Fonseca, o projeto oferece oficinas gratuitas de esqueletização de folhas — uma técnica que transforma lâminas vegetais em estruturas translúcidas usadas na confecção de peças artesanais.

A proposta vai além do artesanato. Em sua primeira etapa, os participantes são levados a áreas de Cerrado urbano para aprender a identificar espécies nativas e fazer a coleta consciente de folhas maduras, respeitando práticas de agroextrativismo responsável. A vivência inclui noções básicas de taxonomia vegetal e reforça a importância da preservação da biodiversidade, em uma abordagem que une arte, ciência e meio ambiente.

Já na etapa de ateliê, as folhas passam por um processo de cozimento e retirada da clorofila, revelando estruturas delicadas que lembram rendas naturais. A partir dessas “folhas esqueletizadas”, os participantes produzem objetos decorativos e utilitários com potencial de comercialização. “Queremos mostrar que o Cerrado vivo é fonte de renda, conhecimento e cultura. Ao aprender a esqueletizar folhas, as pessoas levam para casa uma técnica, mas também um compromisso com o meio ambiente”, afirma Fonseca.

O projeto é financiado por recursos da Política Nacional Aldir Blanc e tem apoio da Escola de Artes Oswaldo Verano, da Prefeitura de Anápolis e da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás. A coordenação técnica é de Rileme Soares da Silva Castro e as oficinas contam com a participação de Maria Abadia de Moraes Rezende, especialista em arte sacra com fibras vegetais.

A primeira oficina ocorreu entre os dias 7 e 10 de junho, na Escola de Artes Oswaldo Verano, e reuniu moradores que aprenderam desde o reconhecimento de espécies do Cerrado até a produção final das peças. Novas edições seguem até o fim do mês em outras instituições da cidade. No dia 21, a oficina foi realizada na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem Resgate Anápolis. Nos dias 26 e 27, o projeto chega ao CRAS Leste I, no Jardim Alvorada.
Interessados em participar devem entrar em contato diretamente com os responsáveis de cada local. As oficinas são abertas à comunidade e voltadas para pessoas que desejam aprender uma técnica artesanal com propósito sustentável.

Próximas oficinas em Anápolis: 

- 26 e 27 de junho
 CRAS Leste I – Praça CEU das Artes (Jardim Alvorada)
 ⏰ 8h às 12h e 13h às 17h
 ???? Michele Naide – (62) 9 9936-3468

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