O paratriatleta anapolino Jonas Souza vive a melhor fase da carreira. Atual 14º colocado no ranking mundial da modalidade, o atleta é hoje o melhor das Américas, superando adversários dos Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Argentina. A meta agora é clara: conquistar uma vaga inédita para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028.
Jonas iniciou a trajetória esportiva em 2009, na natação, e migrou para o triathlon paralímpico em 2013. Desde então, tem acumulado resultados expressivos. No ano passado, ficou em 3º lugar na etapa da Copa do Mundo em Portugal e em 2º na Copa das Américas, na Colômbia. Mais recentemente, no dia 7 de junho deste ano, conquistou o 2º lugar no Campeonato Pan-Americano, em Calima, na Colômbia, reforçando sua posição entre os melhores do mundo.
O trabalho que sustenta esse crescimento é fruto de uma preparação multidisciplinar e intensa. Jonas treina cerca de 35 horas por semana, distribuídas entre as três modalidades do triathlon: natação, ciclismo e corrida. A rotina inclui treinos diários nas três disciplinas, com variações de intensidade planejadas em ciclos de periodização. Além da carga física, o atleta conta com acompanhamento nutricional, psicológico e de preparação física.
Sob a orientação da treinadora Anna Clara Sobral, que trabalha com paradesporto desde 2020, Jonas tem desenvolvido um perfil competitivo que chama a atenção. Formada em Educação Física pela UEG, especialista em esportes aquáticos pela USP e mestre em Educação, Anna Clara destaca a disciplina e o foco como os maiores diferenciais do atleta.
“Ele tem uma cabeça de campeão. É muito focado, muito disciplinado. Ele treina todos os dias as três modalidades, cumpre rigorosamente o planejamento de alimentação e os treinos de força e resistência. É um atleta que faz a diferença”, afirma a treinadora.
A caminhada rumo a Los Angeles, porém, enfrenta um obstáculo constante: o financiamento para as etapas internacionais do circuito mundial. Como as provas acontecem nas Américas, Europa, Ásia e Oceania, os custos com passagens, hospedagem, alimentação, vistos e equipamentos tornam-se um desafio.
Segundo Anna Clara, o apoio de patrocinadores é fundamental para garantir a presença de Jonas nas competições que oferecem os pontos necessários para avançar no ranking mundial. “O nosso maior desafio hoje é a parte financeira. Mas, até agora, com muito esforço e com o apoio das pessoas que acreditam no nosso trabalho, a gente tem conseguido superar essas barreiras”, afirma.
O próximo passo na corrida por Los Angeles será em outubro, na etapa de Alhandra, em Portugal. Um bom resultado pode garantir a classificação para o Campeonato Mundial, que acontece na Austrália entre novembro e dezembro. Estar entre os 10 melhores do mundo nessa fase significa a tão sonhada vaga na seleção brasileira de triathlon paralímpico e a aproximação definitiva dos Jogos de 2028.
Enquanto isso, Jonas segue treinando com foco total. “Estamos testando novas estratégias, como treinos de mountain bike e natação em águas abertas, tudo para garantir que ele chegue nas Paralimpíadas não só classificado, mas com reais chances de pódio”, conclui Anna Clara.