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Goinfra quer iniciar operações no Aeroporto de Cargas de forma parcial até 2026

Presidente destaca que obras começam em julho e que pista deve ter funcionalidade com trecho reduzido; governo estadual quer encerrar mandato com obra resolvida

14/06/2025 10h00
Por: Emilly Viana
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O Aeroporto de Cargas de Anápolis poderá, enfim, sair do papel de forma parcial até o fim do governo Ronaldo Caiado (UB), que se encerra em 2026. A afirmação é do presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, que disse nesta sexta-feira (13), ao programa Painel DM, que as obras de compensação ambiental começam em julho, o que abriria caminho para que a Infraero conclua parte da pista e o equipamento passe a operar, mesmo que não em sua totalidade.

“Na minha opinião, vai sim. [...] O que eu acredito para o curto prazo é que a Goinfra faça essa compensação ambiental e a Infraero faça investimento na pista para que ela funcione parcial, não em toda a sua extensão”, explicou Sales. 

O auxiliar de Caiado disse que já haverá possibilidade de pousos e decolagens de aeronaves de médio porte, como jatos executivos e, eventualmente, modelos C-30. “Já dando total funcionalidade àquele equipamento público, proporcionando para a cidade de Anápolis um aeroporto de excelente porte", destacou.

A declaração do presidente da Goinfra reforça o compromisso assumido pela gestão estadual. “Vamos fechar o governo Ronaldo Caiado sem essas duas máculas, que são o Anel e o Aeroporto [de Cargas]”, declarou Sales, citando também a obra do Anel Viário do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), cuja conclusão foi prometida para os próximos meses.

A etapa que será iniciada ainda neste semestre envolve a correção de danos causados pela ausência de drenagem na região do Ribeirão da Extrema, que atravessa a área da pista. “É uma obra cara de recuperação e compensação ambiental. O problema ambiental ali é um problema conhecido pelo Ministério Público através de ações e mediante essas providências, que são necessárias ali, nós vamos assumí-las. Agora em julho já começa”, afirmou o presidente da Goinfra.

Além de recuperar o leito do Extrema, o projeto prevê a recomposição dos taludes e da cabeceira da pista. “A água que passa ali debaixo do talude, percolando, está escavando a cabeceira da pista. E o nosso medo é que aquilo avance de tal modo que aquela cabeceira rache e desmorone. É uma situação que é bem grave. Por isso que nós estamos agindo com muita preocupação, muita atenção e muita intensidade nesse problema”, alertou Sales.

Impasse com a Infraero

Desde a federalização do terminal em 2024, a Infraero ficou responsável por projetar e concluir a pista de pouso. No entanto, a estatal condicionou os investimentos à resolução completa das pendências ambientais. Com a obra de compensação em andamento, caberá à Infraero finalizar um trecho da pista com melhores condições estruturais, enquanto o restante permanece interditado.

“A pista, no meu ponto de vista e é o ponto de vista da Infraero também, tem um segmento dela que é possível trabalhar. E tem um segmento que precisa de reformas estruturantes mais pesadas”, explicou Sales.

Apesar de defender a parceria, o presidente da Goinfra criticou a atuação da estatal. “A opinião do Pedro Sales, particularmente, é que não sou muito simpático à Infraero. Porque historicamente não tenho visto ela fazer muito investimentos. Mas preciso me curvar ao fato de que a Infraero é também um fator de captação de recursos federais. [...] Eu acho que a gente precisa acreditar. Se não der certo, aí é o caso de retomar", reforçou.

As obras do Aeroporto de Cargas foram iniciadas na gestão de Marconi Perillo (PSDB), há mais de uma década, e já consumiram cerca de R$ 350 milhões. Além dos valores já investidos, estimativas da Goinfra apontam que ainda seriam necessários ao menos R$ 180 milhões para concluir o projeto conforme a concepção original, incluindo a correção da drenagem, a recomposição da pista, ligação com o Daia, instalação de terminais e homologação da pista completa.

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