Anápolis OBRA PARADA

Presidente da Goinfra elogia obra da ponte estaiada e diz que retomada depende de “decisão política”

Pedro Sales afirmou que a intervenção é tecnicamente viável, com projeto bem executado e empresa de alto padrão, mas que continuidade exige decisão do Executivo

13/06/2025 18h00
Por: Emilly Viana
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, declarou nesta sexta-feira (13), durante entrevista ao programa Painel DM, que a construção da ponte estaiada Edenval Ramos Caiado em Anápolis é uma obra tecnicamente viável, bem orçada e executada por uma empresa de “alto padrão”. Segundo ele, a retomada do projeto paralisado depende exclusivamente de uma “decisão política” entre o prefeito Márcio Corrêa (PL) e o governador Ronaldo Caiado (UB).

“Possível é. Temos equipe, eu já estudei esse contrato. É um contrato que é com uma empresa executora de alto padrão. Eu não vi nenhum problema com a obra”, disse Pedro Sales, ao explicar que a paralisação não tem relação com problemas técnicos ou administrativos. “Agora, é um investimento que é uma decisão muito delicada, faltam valores muito altos. [...] Aí já é uma coisa que é uma decisão política. O governador e o prefeito fazerem essa avaliação de oportunidade e conveniência do valor do investimento”, completou.

As declarações contrastam com o posicionamento do prefeito Márcio Corrêa, que desde o início do ano vem criticando publicamente a concepção da obra. Em janeiro, ele afirmou que o projeto nasceu “equivocado” e que o recurso originalmente destinado à ponte foi redirecionado pela antiga gestão, o que inviabilizou a continuidade dos trabalhos.

“Fui procurado pelo prefeito, mas não no âmbito de tomar essa decisão política, porque compete a ele e ao governador. Me procurou o prefeito para que eu fizesse uma análise do contrato, se tinha algum problema, qual era a capacidade da executora, a análise da obra. A obra vai bem, é uma empresa de alto porte, não vejo nenhum problema no orçamento. A obra é viável", reforçou Pedro Sales.

A ponte estaiada foi anunciada no fim de 2023 pelo então prefeito Roberto Naves (Republicanos) como a maior intervenção municipal do Estado. Ligando as avenidas Brasil Sul e Pedro Ludovico, a estrutura consumiu cerca de R$ 40 milhões e ainda demanda aproximadamente R$ 90 milhões para ser concluída. Desde que Márcio Corrêa assumiu, as obras estão paradas.

Ao comentar sobre a estrutura, o presidente da Goinfra foi categórico. “A obra tecnicamente vai bem. Não tem nenhum problema, foi bem orçada, projeto é bom, estava sendo bem executada. A empresa é de renome. Agora tem que ter muita musculatura. É um desembolso muito alto e relevante. Como eu disse, é uma decisão do prefeito e do governador", enfazatizou.

Repercussão política

A paralisação da ponte tem provocado reações no Legislativo. O vereador Luzimar Silva (PP), um dos mais enfáticos, disse no mês passado que pode convocar a população para um protesto caso a Prefeitura não apresente solução para a retomada das obras. “Se a gente não for assistido, se não tiver um diálogo, eu estarei convocando toda a população pra gente ir ali fazer um protesto e tentar uma resposta”, declarou.

Nesta semana, Wederson Lopes (UB), vereador da base do prefeito, afirmou que o gestor tem interesse em concluir a ponte, mas que ela “não é prioridade agora no governo dele”. “Ele falou que não tem dinheiro em caixa para concluir, mas disse que vai buscar recurso, inclusive junto ao governo do Estado, junto ao governo federal”, contou Wederson ao Painel DM.

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