Prefeitura desiste de terceirizar transporte escolar e promete melhorias na frota e remuneração

Após paralisação dos motoristas do transporte escolar rural nesta semana, a Prefeitura de Anápolis decidiu manter a operação com servidores efetivos e não mais terceirizar o serviço. A informação foi confirmada pela secretária municipal de Educação, Adriana Rocha Vilela, em entrevista ao DM Anápolis nesta quinta-feira (12), logo após reunião entre representantes da categoria, o prefeito Márcio Corrêa (PL) e integrantes do governo.

Segundo a secretária, o encontro marcou uma resposta da gestão às reivindicações dos condutores, que pedem melhorias na frota, reposição de pessoal e reajuste da gratificação, hoje fixada em R$ 500 há mais de uma década. “Chegamos à conclusão que a melhor opção realmente é manter os nossos motoristas, é melhorar o nosso transporte escolar, adquirir novos transportes. A gente entende as reivindicações deles”, afirmou Adriana.

Ela reconheceu os problemas apontados pela categoria, como a falta de peças para manutenção e a ausência de profissionais como mecânicos e borracheiros. “Todos serão contratados conforme a fala do nosso prefeito”, disse.

A secretária também declarou que o governo iniciará estudos para rever o valor da gratificação paga aos motoristas. “Existe a divisão de categoria, mas hoje, no final, o salário é o mesmo. Então, nós vamos rever isso, juntamente com o secretário de Economia, e também a questão da gratificação”, explicou.

O levantamento será feito em julho, mês de recesso nas escolas, período que, segundo a titular da Educação, permitirá foco maior na parte administrativa. “Não é uma coisa que a gente consegue fazer do dia para a noite. Passa pela procuradoria, não é só a secretaria de Educação, não é só a Economia. Mas existe essa vontade e a gente vai fazer o encaminhamento o mais rápido possível”, completou.

Sobre a renovação da frota, Adriana garantiu que o Município já articula a compra de novos veículos. “Estamos adquirindo alguns transportes com recursos do PAC, recursos de emenda, do governo estadual. Vai ser isso. A gente vai melhorar rapidamente", destacou.

Durante a reunião, o prefeito Márcio Corrêa também mencionou o impacto de R$ 2,8 milhões mensais nos cofres municipais por conta de alunos da rede privada incluídos no transporte escolar sem repasses do Fundeb. Segundo a secretária, esses estudantes não geram retorno do fundo federal. “Essas escolas não recebem recurso do Fundeb, não recebem para transporte, não recebem livro didático, não recebem PDDE, não recebem merenda. Então isso tudo hoje está sendo custeado pela Prefeitura", informou.

O serviço de transporte escolar rural voltou a funcionar na quarta-feira (11), após paralisação na terça (10) que deixou mais de dois mil estudantes da zona rural sem acesso às aulas.