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Motoristas de transporte escolar rural paralisam atividades em Anápolis

Frota sucateada, salários defasados e falta de manutenção motivam paralisação que afeta 2 mil alunos; categoria cobra diálogo com a Prefeitura

10/06/2025 11h00
Por: Emilly Viana
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Motoristas do transporte escolar nas áreas rurais de Anápolis cruzaram os braços na manhã desta terça-feira (10). Ao DM Anápolis, o representante da categoria, Edney Batista Araújo, afirmou que o movimento visa chamar a atenção para as condições de trabalho e a situação da frota de veículos.

"O objetivo dessa paralisação é manifestar publicamente para toda a sociedade, para todo o poder público, as condições de trabalho de nós motoristas, da frota do transporte escolar, das condições que estão aqui, da manutenção da falta de manutenção", declarou. 

A medida impactou mais de 2 mil alunos das redes municipal e estadual de Educação. Segundo Araújo, a frota é composta por cerca de 40 a 50 veículos. Os ônibus permaneceram na garagem, no bairro Jundiaí. O serviço será retomado nesta quarta-feira (11).

Durante a manifestação, a categoria alertou para a necessidade de uma "gerência efetiva que possa tomar conta do sistema de manutenção do transporte escolar, da manutenção corretiva, manutenção preventiva, a aquisição de novos ônibus, a substituição dos ônibus que já estão mais sucateados". 

De acordo com Araújo, alguns veículos já atingiram a idade legal para fazer o transporte escolar, que é de o máximo 15 anos. "Temos ônibus aí 2009, 2010 que neste ano já não passam mais por vistorias", destacou. Mesmo os que foram aprovados recentemente, conforme o relato do motorista, necessitam de manutenção diária e constante, o que não tem ocorrido.

A ausência de mecânicos comissionados após a mudança de gestão e a dificuldade na aquisição de peças e insumos têm agravado o problema. "Com a nova gestão, os profissionais que estavam aí eram mecânicos, profissionais comissionados, automaticamente não continuam na mudança de gestão e não houve meios deles estarem voltando por n motivos aí que a própria gestão pode mencionar melhor", explicou. 

Araújo destacou que a ausência não se restringe apenas aos profissionais, mas também à aquisição de peças de materiais de insumos, para manutenção troca de óleo e troca de freio. Ele revelou que, em alguns casos, serviços menores são feitos pelos próprios motoristas.

A terceirização da manutenção, segundo Batista Araújo, não é eficiente. "No instante em que está aqui e tem o profissional, é prioridade ser feito o serviço. Você manda para alguém que é alheio à educação, alheio ao transporte, que tem outros serviços a serem feitos, aí vai ser adiado mesmo, não vai ser prioridade", pontuou. 

Em gestões anteriores, ainda conforme os trabalhadores, a garagem contava com três mecânicos, um borracheiro, um eletricista e três lavadores. Agora, apenas um eletricista e um lavador são efetivos.

Além das condições dos veículos, a defasagem salarial é outra bandeira da categoria. De acordo com Batista Araújo, a gratificação dos motoristas é de R$ 500,00 e há mais de 10 anos o valor não é reajustado. O salário base efetivo, somado à gratificação, é inferior a R$ 2.500 para os cerca de 40 a 45 motoristas. "Tem sido feito paliativos aí na questão da manutenção. Na questão salarial realmente tem sido jogado para escanteio", disse o representante. 

A categoria segue otimista com a possibilidade de um encontro com o prefeito nesta quarta-feira (11), conforme a previsão de um representante do Executivo que esteve no local. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura para obter um posicionamento sobre as reivindicações dos motoristas, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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