Durante a recepção dos primeiros pacientes da ala pediátrica do Centro Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), nesta segunda-feira (9), o governador Ronaldo Caiado criticou a condução e paralisação das obras do Aeroporto de Cargas de Anápolis na gestão de Marconi Perillo (PSDB). Em entrevista coletiva, o chefe do Executivo estadual afirmou que o hospital oncológico foi entregue com metade do valor já investido na estrutura aeroportuária, que até hoje não entrou em operação.
“Se você comparar com um aeroporto de Anápolis, que nunca aterrissou nenhum drone, já custou para o estado mais de R$ 500 milhões”, comparou.
A fala do governador ocorre um mês após o Estado anunciar que vai arcar com mais de R$ 70 milhões em compensações ambientais para corrigir danos provocados pela falta de drenagem na pista, que causou erosões e bloqueou o licenciamento da estrutura.
O governador aproveitou a entrega da nova ala do Cora para criticar a tentativa de judicialização do hospital por parte do PSDB. O partido moveu representação no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Estado contra o modelo de contratação adotado, que envolveu uma parceria com a Fundação Pio XII. O TCE e o MP arquivaram o caso por não identificarem irregularidades.
Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII, revelou que os valores economizados na execução da obra serão devolvidos aos cofres públicos. A nova ala custou R$ 250 milhões entre estrutura e equipamentos e tem custo mensal estimado em R$ 6 milhões. Doze crianças e adolescentes começaram a ser atendidos nesta semana.
Em contraste, o Aeroporto de Cargas de Anápolis segue parado. A construção começou há mais de dez anos durante o governo Marconi Perillo e já soma mais de R$ 350 milhões em recursos estaduais investidos.
Com a necessidade de novas intervenções para recompor os danos ambientais causados à região do Ribeirão Extrema, a conta pode chegar a R$ 180 milhões adicionais, segundo estimativas da Goinfra. A Infraero, que assumiu a gestão do local no ano passado, já informou que não dará andamento às obras até que o passivo ambiental seja resolvido.
No mês passado, o vice-governador Daniel Vilela comunicou que o Estado já contratou uma empresa para elaborar e executar as obras de recomposição. De acordo com ele, os estudos estão avançados e, uma vez concluídas as correções, a Infraero poderá finalizar a nova pista e colocar o aeroporto em funcionamento.