O CMEI Maria Gracinda, no bairro São Carlos, corre o risco de fechar as portas, segundo o proprietário do prédio onde a unidade funciona, Ademir Alves da Cruz. O administrador denuncia que a Prefeitura de Anápolis mantém o uso do imóvel sem contrato há mais de um ano e com 15 meses de aluguel em atraso. O último pagamento, segundo ele, foi feito em fevereiro de 2024.
Desde então, com o vencimento do contrato naquele mês, o prédio continua sendo utilizado pela Secretaria Municipal de Educação, sem formalização de novo acordo e sem repasses mensais. A creche atende atualmente cerca de 170 crianças.
Para pressionar a administração a retomar o diálogo, o proprietário colocou uma faixa na entrada da unidade com os dizeres: "Informamos que o CMEI Garcinda Maria será fechado a partir de 15 de junho de 2025 por falta de pagamento desde fevereiro 2024."
Ademir Alves tenta negociar um reajuste no valor do aluguel desde a gestão anterior, mas sem sucesso. O valor bruto do contrato era de R$ 6.800 mensais. “Está funcionando normalmente, tudo perfeitinho, só que nós não recebemos. Não tem contrato e eles vão usando o colégio como se fosse deles”, disse ao DM Anápolis.
O proprietário também conta que tentou conversar com representantes da atual administração, mas não foi atendido. “Já falei com o Tiago, com o Ala, e nunca consegui falar com a secretária. Nem com o prefeito. Só dizem que não têm autonomia para resolver", relatou.
A notificação extrajudicial exigindo a devolução do imóvel e o pagamento dos valores em aberto foi entregue à Secretaria de Educação em janeiro deste ano e recebida por uma servidora do município. O documento estabelece prazo para desocupação e alerta para as providências legais em caso de descumprimento.
Mesmo sem perspectiva de retomada do contrato, o proprietário afirma que não deseja encerrar o atendimento às crianças. “Minha filha é quem é a dona, mas mora fora. Eu que administro. A intenção não é tirar a creche, é só regularizar. Só que está ficando insustentável. Eu não posso continuar bancando sozinho", declarou.
A reportagem solicitou posicionamento oficial da Prefeitura de Anápolis sobre o caso. Até a publicação desta reportagem, não houve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.