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Com mais jovens, evangélicos crescem em Anápolis e se aproximam dos católicos

Dados do IBGE mostram que, enquanto o catolicismo encolheu mais de seis pontos percentuais em doze anos, evangélicos aumentaram a presença e já representam quase 40% da população

07/06/2025 13h00
Por: Emilly Viana
Foto: Ministério Madureira
Foto: Ministério Madureira

Em Anápolis, a fé continua forte, mas em novas direções. Os dados preliminares do Censo 2022 mostram que a religião católica, por décadas predominante na cidade, perdeu espaço nos últimos anos. Em 2010, mais da metade da população (56,84%) se declarava católica. Em 2022, essa proporção caiu para 50,3%. No mesmo período, os evangélicos subiram de 34,44% para 38,7%, reduzindo a diferença entre os dois grupos religiosos a menos de 12 pontos percentuais.

Os números seguem a tendência observada no restante do país, mas têm suas particularidades. Em Goiás, os católicos passaram de 59,4% para 51,9%. Já os evangélicos, que eram 27,4% em 2010, agora são 32,6%. Anápolis se destaca entre as grandes cidades do estado com um dos maiores percentuais de população evangélica, superando inclusive a capital, Goiânia, onde o grupo representa 29,7%.

Segundo o IBGE, a maior concentração de evangélicos está entre os adolescentes de 10 a 14 anos, o que indica que essa transformação tende a se acentuar nas próximas décadas. Já os católicos têm maior peso entre os idosos, o que pode contribuir para a continuidade da queda percentual. 

O número de pessoas sem religião também cresceu, embora de forma mais sutil, passando de 5,1% em 2010 para 5,7% em 2022. Espíritas, por outro lado, caíram de 1,37% para 1,2%. Outras crenças, como religiões afro-brasileiras, budismo e crenças indígenas, seguem com participação inferior a 1% da população local.

Especialistas consultados pelo DM Anápolis indicam que as igrejas evangélicas vêm se fortalecendo não só por novas adesões, mas também pela capacidade de atrair públicos jovens com estratégias que misturam religião, entretenimento e acolhimento emocional. Em muitos casos, esses espaços se tornaram centros de convivência e assistência social, com serviços que vão de reforço escolar a atendimento psicológico.

Já a Igreja Católica, embora ainda majoritária, enfrenta desafios. O envelhecimento do seu público, a perda de influência cultural e a menor capacidade de penetração entre os jovens são apontados como fatores que ajudam a explicar a retração. Tentativas de renovação existem, como a criação de ministérios de jovens e eventos como o Halleluya, mas os dados mostram que essas ações ainda não foram suficientes para conter o avanço evangélico.

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