O avanço da investigação da Polícia Civil colocou Márcio Corrêa (PL) no centro da trama de ataques proferidos pelo perfil ‘Anápolis na Roda’, que tinha como executores o secretário de Comunicação da Prefeitura e auxiliar mais próximo do chefe do executivo municipal, Luís Gustavo Rocha, e o diretor de Comunicação da Câmara e sócio do Portal 6, Denilson Boaventura.
No momento em que mais precisa demonstrar apoio político, Corrêa ficou só. Ao menos publicamente. É natural, sobretudo no bolsonarismo, que se forme uma corrente de solidariedade para rebater acusações. Mas isso não aconteceu no caso do prefeito. Figuras importantes do bolsonarismo goiano, como o presidente do PL no estado, senador Wilder Morais, não prestaram apoio.
Somam-se a ele outros nomes do PL estadual, como os deputados federais Gustavo Gayer e Daniel Agrobom. Corrêa se agarra à figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem deve muito a eleição no ano passado, mas dele não houve apoio no momento de maior fragilidade do prefeito.
O núcleo mais próximo de Corrêa tem o deputado estadual Amilton Filho (MDB) – que escalou comunicadores para estimular uma narrativa que tire o foco da investigação contra o prefeito – e a presidente da Câmara, Andreia Rezende (Avante). Nenhum deles também se pronunciou.
A leitura é de que o prefeito está cada vez mais isolado politicamente. Embora a tinta da caneta tenha validade de mais 43 meses, ninguém quer fustigar sua imagem ao saber que a investigação já caminha no sentido de provar que Corrêa era o mandante dos ataques num perfil de fofoca.
Para a tarde desta sexta-feira (23) era esperada uma declaração pública do prefeito, o que não aconteceu. Desde a operação, no dia 16 de maio, há silêncio por parte de Corrêa.