A agência da Caixa Econômica Federal no Centro de Anápolis foi ocupada nesta quarta-feira (22) por famílias do campo ligadas ao Movimento Camponês Popular (MCP). A mobilização integra uma jornada nacional de lutas que se espalhou por sete estados entre a última segunda (19) e esta quinta-feira (22), incluindo Goiás, Pará, Maranhão, Piauí, Sergipe, Pernambuco e Minas Gerais.
Na ação realizada em Anápolis, os manifestantes cobraram do governo federal a contratação imediata de moradias para famílias camponesas que vivem em situação de vulnerabilidade. Segundo o MCP, mais de 400 famílias em cidades goianas estão aptas a serem incluídas em programas habitacionais e aguardam resposta. A agência da Caixa em Posse, no Nordeste do estado, também foi ocupada simultaneamente.
O movimento apresentou uma pauta ampla com reivindicações que vão além da moradia. Entre os pontos destacados estão políticas públicas voltadas à agricultura camponesa, como crédito para produção agroecológica, acesso a maquinário adaptado, incentivo à soberania alimentar e à proteção dos biomas. Também fazem parte da agenda a defesa da reforma agrária popular, da assistência técnica permanente e da substituição dos agrotóxicos por práticas mais sustentáveis.
De acordo com o MCP, a mobilização busca chamar atenção para a urgência de um novo modelo agrário no Brasil, mais voltado à justiça social, à preservação ambiental e à erradicação da fome. A organização defende que a agricultura camponesa tem papel central na produção de alimentos saudáveis e na proteção do meio ambiente, especialmente diante das mudanças climáticas.
As ocupações desta semana encerraram a jornada com ações simbólicas em 14 cidades goianas. O movimento afirmou que permanecerá em articulação com o governo federal para pressionar pela implementação efetiva de políticas que contemplem a população do campo.