A tarde de segunda-feira (12) foi marcada por uma manifestação de funcionários e ex-funcionários da UPA Alair Mafra de Andrade que cobram o pagamento do acerto trabalhista depois do rompimento de contrato com a Organização Social (OS) que INDSH, que geriu a unidade da Vila Esperança até o dia 20 de março. Eles estão há 53 dias sem receber a rescisão.
Dezenas deles se reuniram em frente ao Centro Administrativo Adhemar Santillo, sede do poder executivo, para cobrar um parecer sobre os dividendos aos quais têm direito. Hoje, são mais de 200 pessoas nesta situação, de acordo com o grupo.
Eles foram recebidos pelo secretário de Economia, Alex Schweigert, que deu aos trabalhadores uma data: quarta-feira, dia 14 de maio. Segundo ele, o pagamento dos valores referentes ao acerto será repassado até este dia. Na semana passada, o prefeito Márcio Corrêa (PL) havia se comprometido a efetuar o pagamento até a última sexta-feira (9), o que não ocorreu.
Schweigert também informou aos enfermeiros e técnicos de enfermagem que pagou na tarde desta segunda-feira, por volta das 15h, o piso da enfermagem retroativo aos meses de fevereiro e março. Os valores estão na conta da OS INDSH, que fará então o pagamento aos funcionários.
Porta-voz do grupo, a técnica Hackyner Glenda foi uma das representantes do grupo na conversa com o secretário de Economia. Segundo a profissional de saúde, Schweigert afirmou que a demora se deu porque a Prefeitura tentou “uma forma mais segura para a empresa não pegar o dinheiro e não precisarmos resolver judicialmente.”
“Foram várias explicações. Em partes, entendemos, mas também queremos que se passe para a empresa que a gente resolve nem que seja de forma judicial para acabar com isso. Ainda tem multa, juros e diversas outras coisas. Esses cálculos vamos resolver somente na Justiça”, ponderou.
Outra representante do grupo ainda deixou a reunião desconfiada das respostas, uma vez que outra data foi recentemente descumprida. “Confiante vou ficar só quando o dinheiro estiver na nossa conta. Enquanto for essa conversa de gabinete, não dá para confiar. Quantas datas já tivemos para o repasse? Dizem que o prefeito está preocupado com a gente, mas não está. São quase 60 dias”, ressaltou.
Hackyner Glenda está mais otimista e ressalta a urgência do pagamento do acerto trabalhista para os mais de 200 profissionais. “Estamos com contas atrasadas, aluguel, energia”, frisou.
Relembre o caso
A novela começou na noite de 20 de março deste ano, quando o prefeito Márcio Corrêa executou um roteiro cinematográfico para revelar o rompimento de contrato com a OS que geria a UPA Alair Mafra. Ele se utilizou de um robusto aparato militar, com policiais e bombeiros, para bombar uma live nas redes sociais.
Na ocasião, ele falou, em vídeo, que pagaria o acerto trabalhista dos profissionais e tentou tranquilizá-los. Os dias se passaram, uma nova OS – a Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus – assumiu e os valores não foram pagos. Nem mesmo as várias idas do grupo à Câmara Municipal ajudou a solucionar o problema.
Na última semana, o prefeito foi criticado por profissionais de saúde que trabalharam na UPA após anunciar apoio à Pecuária e respondeu comentários de seu perfil no Instagram, com a promessa de pagar na sexta-feira (9) o acerto, mas isso não aconteceu.