Em dezembro do ano passado, numa entrevista ao Jornal Opção, o então prefeito eleito Márcio Corrêa (PL) definiu a predominância da Fundação Universitária Evangélica (Funev), Organização Social (OS) que atua na saúde, como “colocar a raposa para cuidar do galinheiro”.
A resposta veio quando ele foi questionado sobre os modelos de gestão que seriam utilizados na UPA da Mulher, que será UPA Central, e Hospital Municipal Georges Hajjar, à época em obras. Durante a fala, Corrêa citou nominalmente a Funev, organização com a qual firmará dois contratos, que superam os R$ 115 milhões e fez fortes críticas, não somente à predominância da organização, mas também à não realização de processo licitatório.
“Entregaram tudo para a Funev. Ou seja, toda saúde praticamente está nas mãos de uma única OS, sem trazer um processo licitatório transparente. Nossa visão de saúde é totalmente divergente da forma com que eles têm conduzido. Nosso plano não é apenas para essa OS. Vamos pensar em uma forma de descentralizar o serviço. Nós não temos nada contra o modelo que eles executaram, temos contra colocar a ‘raposa para cuidar do galinheiro’. É o que aconteceu nos últimos meses lá na cidade”, disse.
Também durante toda a campanha eleitoral, o então candidato Márcio Corrêa criticou o modelo de OSs na saúde e garantiu que usaria outras formas de administração, inclusive com a retomada de concursos públicos para profissionais de saúde.
Depois que assumiu a Prefeitura, Márcio Corrêa também manteve uma OS na gestão da UPA Alair Mafra de Andrade. A antiga gestora, o INDSH, foi substituída pelo Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), de Juiz de Fora, com o valor de R$ 8 milhões por seis meses.