O prefeito Márcio Corrêa (PL) prometeu, antes de criar 78 cargos comissionados via reforma administrativa, a apresentação de uma proposta para realização de concurso público para a Prefeitura de Anápolis. No dia 10 de janeiro, o chefe do executivo municipal publicou um decreto que estabeleceu uma comissão para estudar a possibilidade de certame. O colegiado teria 90 dias para entregar um parecer, prazo que venceu em 10 de abril.
A comissão reuniu membros de cada uma das secretarias. O relatório - que não se sabe se foi apresentado – deveria trazer informações como número de vagas necessárias em todas as áreas da administração, uma análise da legislação vigente e cálculo dos custos operacionais, além do impacto financeiro das nomeações.
O planejamento do concurso também ficaria a cargo do colegiado. Se o concurso for adiante, a partir da avaliação da comissão, um projeto básico precisará ser elaborado para dar sequência ao trabalho e culminar na contratação da empresa responsável pelo certame.
Vencido o prazo estabelecido por decreto por quase um mês, o prefeito mudou de rota e optou por abrir 78 novos cargos comissionados, numa manobra que pode, inclusive, aplacar a fome de aliados por espaços no Centro Administrativo. A coluna Painel DM mostrou, na segunda-feira (5), que os cargos em comissão, se totalmente ocupados, custariam R$ 5,9 milhões aos cofres da Prefeitura todos os meses.
Hoje, a Prefeitura tem cerca de 7 mil servidores de carreira, a grande maioria lotada nas secretarias de Saúde e de Educação. O último concurso público para o quadro efetivo foi em janeiro de 2020 e contratou professores para a rede municipal de educação. O mais recente para o quadro administrativo foi em 2015, ou seja, há quase dez anos.
Fiscais de trânsito
Uma das vagas com maior carência é para fiscais de trânsito. Hoje, são apenas 33 profissionais para fiscalizar todo o tráfego de Anápolis. A lei, por outro lado, estabelece que deve haver um agente de trânsito para cada 1 mil veículos. Como a cidade tem cerca de 328 mil, seriam necessários 328 profissionais para atuar conforme o regramento federal.
Uniformes
O Sindicato dos Fiscais de Trânsito de Anápolis (SIFTRAN) levou, há cerca de um mês, um projeto que visa facilitar a renovação dos uniformes dos agentes. Segundo o presidente da entidade, a ideia "proporcionar que os fiscais de trânsito possam comprar os uniformes sem depender do processo licitatório. Na gestão passada tivemos muito problema com a compra. Naturalmente o processo licitatório demanda muito tempo. É um tempo que não acompanha o desgaste do uniforme. A gente fica na rua, com sol e chuva"
*O DM errou ao informar que o SIFTRAN fez solicitação de aumento no número de fiscais. O projeto trata apenas da facilitação para compra dos uniformes. A informação foi corrida às 17h26.