Anápolis MUDANÇA DE ROTA

Antes de criar 78 cargos comissionados, Corrêa prometeu proposta para concurso público em abril

Comissão criada em janeiro deveria entregar parecer até 10 de abril. Quase um mês depois, isso não se concretizou

06/05/2025 09h00 Atualizada há 1 semana
Por: Rafael Tomazeti
Foto: Allyne Laís
Foto: Allyne Laís

O prefeito Márcio Corrêa (PL) prometeu, antes de criar 78 cargos comissionados via reforma administrativa, a apresentação de uma proposta para realização de concurso público para a Prefeitura de Anápolis. No dia 10 de janeiro, o chefe do executivo municipal publicou um decreto que estabeleceu uma comissão para estudar a possibilidade de certame. O colegiado teria 90 dias para entregar um parecer, prazo que venceu em 10 de abril. 

A comissão reuniu membros de cada uma das secretarias. O relatório - que não se sabe se foi apresentado – deveria trazer informações como número de vagas necessárias em todas as áreas da administração, uma análise da legislação vigente e cálculo dos custos operacionais, além do impacto financeiro das nomeações.  

O planejamento do concurso também ficaria a cargo do colegiado. Se o concurso for adiante, a partir da avaliação da comissão, um projeto básico precisará ser elaborado para dar sequência ao trabalho e culminar na contratação da empresa responsável pelo certame. 

Vencido o prazo estabelecido por decreto por quase um mês, o prefeito mudou de rota e optou por abrir 78 novos cargos comissionados, numa manobra que pode, inclusive, aplacar a fome de aliados por espaços no Centro Administrativo. A coluna Painel DM mostrou, na segunda-feira (5), que os cargos em comissão, se totalmente ocupados, custariam R$ 5,9 milhões aos cofres da Prefeitura todos os meses. 

Hoje, a Prefeitura tem cerca de 7 mil servidores de carreira, a grande maioria lotada nas secretarias de Saúde e de Educação. O último concurso público para o quadro efetivo foi em janeiro de 2020 e contratou professores para a rede municipal de educação. O mais recente para o quadro administrativo foi em 2015, ou seja, há quase dez anos. 

Fiscais de trânsito

Uma das vagas com maior carência é para fiscais de trânsito. Hoje, são apenas 33 profissionais para fiscalizar todo o tráfego de Anápolis. A lei, por outro lado, estabelece que deve haver um agente de trânsito para cada 1 mil veículos. Como a cidade tem cerca de 328 mil, seriam necessários 328 profissionais para atuar conforme o regramento federal.

Uniformes

O Sindicato dos Fiscais de Trânsito de Anápolis (SIFTRAN) levou, há cerca de um mês, um projeto que visa facilitar a renovação dos uniformes dos agentes. Segundo o presidente da entidade, a ideia "proporcionar que os fiscais de trânsito possam comprar os uniformes sem depender do processo licitatório. Na gestão passada tivemos muito problema com a compra. Naturalmente o processo licitatório demanda muito tempo. É um tempo que não acompanha o desgaste do uniforme. A gente fica na rua, com sol e chuva"

*O DM errou ao informar que o SIFTRAN fez solicitação de aumento no número de fiscais. O projeto trata apenas da facilitação para compra dos uniformes. A informação foi corrida às 17h26.

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