Educação EDUCAÇÃO

Ensino em tempo integral é cada vez mais querido por pais e alunos de Anápolis

Preferência por jornada ampliada reflete avanços positivos na rotina de crianças e adolescentes, segundo mães da cidade

03/05/2025 14h04
Por: Lara Duarte
Foto: Seduc
Foto: Seduc

Em Anápolis, o modelo de ensino em tempo integral tem conquistado cada vez mais espaço entre as famílias, tanto na rede privada quanto nas escolas estaduais. A preferência por uma jornada escolar ampliada reflete uma mudança de mentalidade sobre o papel da escola na formação das crianças e adolescentes, especialmente diante das demandas atuais de aprendizagem e desenvolvimento social. Mães de diferentes contextos relatam benefícios significativos desde que optaram por essa modalidade, que vai além do currículo tradicional ao oferecer atividades complementares e mais tempo de acompanhamento pedagógico.

“Eu vejo o tempo integral como uma oportunidade de aprendizagem mais profunda, algo que a escola regular não conseguia proporcionar para meu filho”, comenta Márcia Silva, mãe de Pedro, aluno da rede estadual em Anápolis. Segundo ela, a rotina estruturada e a presença constante de educadores têm melhorado o rendimento escolar do filho e reforçado aspectos importantes como disciplina e autonomia.

Mesmo no ensino privado, a percepção sobre os impactos positivos da jornada estendida é semelhante. Janaína Rodrigues, mãe de Laura, destaca os ganhos no desenvolvimento da filha desde que foi matriculada em um colégio com ensino integral. “Ela tem mais atividades que estimulam o raciocínio, além de tempo para arte, esporte, reforço. Isso tudo faz diferença no dia a dia e também no emocional dela”, afirma.

Esse movimento local acompanha uma tendência estadual impulsionada por políticas públicas. Dados do Censo Escolar 2024, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que Goiás ampliou o número de matrículas em tempo integral na rede pública estadual em quase todas as etapas da educação básica. O percentual saltou de 16,6% em 2022 para 19% em 2024, resultado de ações como o programa Escola em Tempo Integral, que vem sendo implementado em parceria entre União, estados e municípios.

Na pré-escola, a proporção de alunos em jornada integral passou de 10,9% para 12,2%. Nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), o avanço foi ainda mais expressivo, saindo de 7,6% em 2022 para 12,6% em 2024. Já nos anos finais (6º ao 9º ano), o aumento foi de 13,4% para 13,7%. O ensino médio, por sua vez, cresceu de 19,5% para 20,7%. Apenas as creches apresentaram queda, com a taxa caindo de 81,9% para 77,3% no mesmo período.

O programa Escola em Tempo Integral prevê matrículas com carga horária mínima de sete horas diárias, ou 35 horas semanais, com foco especial em estudantes de maior vulnerabilidade socioeconômica. Entre os diferenciais, estão o suporte técnico e financeiro do Governo Federal e propostas pedagógicas alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), favorecendo uma formação mais ampla e equitativa.

O ministro da Educação, Camilo Santana, enfatizou que o avanço é fruto de um esforço articulado e da atuação do governo como indutor das políticas educacionais. “Quando a gente cria um programa como o Escola em Tempo Integral é com base nos resultados do Censo Escolar. Os avanços em relação ao tempo integral são um esforço que temos feito com um papel de indutor, de coordenador das políticas junto aos entes federados, para construirmos juntos e alcançarmos as metas e os avanços da educação básica”, afirmou.

Santana também ressaltou o desempenho do ensino médio, onde a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) já está próxima de ser atingida. “Temos um novo PNE com metas mais ousadas apresentadas ao Congresso para os próximos 10 anos, mas já chegamos a praticamente 23%, quando a meta era de 25%”, destacou.

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