Anápolis tem hoje 294.400 eleitores aptos, segundo os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualizados em março deste ano. Mas mesmo com um eleitorado próximo dos 300 mil, apenas 26.132 pessoas estão filiadas a algum partido político no município. O número representa 8,87% do total — ou seja, de cada 100 anapolinos que podem votar, pouco menos de nove têm vínculo formal com alguma sigla.
Embora todos os 29 partidos com registro nacional possuam ao menos um representante na cidade, a maioria das legendas tem pouco peso em termos de base de filiados. É o caso do PCB, com apenas três integrantes, ou do PCO, que tem sete. Na outra ponta, o Partido Verde (PV) ainda ocupa a liderança local, com 3.051 filiados — mas longe do que já foi.
Há quatro anos, em janeiro de 2021, o PV ostentava 3.459 nomes em suas fileiras. De lá para cá, perdeu mais de 400. O movimento de retração não é exclusivo. O número total de filiados também caiu desde então, quando a cidade contava com 26.137 vínculos partidários. Isso significa que, mesmo com o crescimento do eleitorado em mais de mil pessoas entre janeiro e março de 2025, os partidos não conseguiram converter esse crescimento em novas filiações.
Algumas legendas, porém, nadam contra a corrente. O Partido Liberal (PL), na esteira do bolsonarismo, saltou de 1.827 filiados em 2021 para 2.745 em 2025, um crescimento de 50,2% em quatro anos. Superou o MDB (2.124) e o PP (1.997) e hoje é a quarta maior força na cidade em termos de filiados, atrás apenas de PV, PT (2.925) e PSDB (2.789).
Outros partidos de médio porte mantêm uma presença estável, como o Podemos (1.207), PDT (914) e PSB (609). Já o União Brasil, apesar da força nacional e estadual, ainda busca espaço no município, com 1.629 filiados.
A base partidária também revela uma lacuna na representatividade de grupos historicamente excluídos das estruturas políticas formais. Apenas três filiados registraram nome social, e 140 são pessoas com deficiência.