No cardápio do domingo de Páscoa, o peixe costuma ocupar lugar de destaque na mesa dos brasileiros. A tradição, embora marcada pela religiosidade cristã, ultrapassa os rituais e se consolida como uma prática cultural que atravessa gerações. Com a chegada da Semana Santa, cresce a busca por pescados em feiras e supermercados, e especialistas alertam para a importância de atenção na escolha do produto, principalmente em relação à qualidade e à segurança alimentar.
Durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, muitos fiéis adotam o costume de evitar carne vermelha, substituindo-a por peixes. A prática tem origem religiosa: o peixe é símbolo do cristianismo primitivo e aparece com frequência nos evangelhos, sendo associado a simplicidade, partilha e renovação. Com o tempo, a escolha ganhou força também entre os que veem no peixe uma alternativa mais leve e saudável para a refeição do feriado.
A alta na demanda, porém, exige atenção. Segundo orientações técnicas do Procon Anápolis, o consumidor deve avaliar uma série de aspectos antes de levar o peixe para casa. Os olhos do animal devem estar brilhantes, transparentes e salientes. Já as escamas precisam estar bem aderidas à pele, brilhantes e sem sinais de ressecamento. O corpo do peixe deve estar firme ao toque, livre de flacidez ou deformações. As guelras precisam apresentar coloração vermelho-viva e o cheiro deve ser suave e característico. Odor forte ou amônia são sinais de deterioração.
Outro ponto importante é compreender a diferença entre os tipos de conservação. O peixe congelado é armazenado a temperaturas em torno de -18°C e mantém a textura e o sabor por mais tempo. Já o peixe drenado passa por um processo que reduz a umidade, melhorando o rendimento e facilitando o preparo de porções individuais. No entanto, o consumidor deve estar atento, já que esse método pode comprometer parte das propriedades do alimento.
Além dos peixes, o período também registra aumento na procura por ovos de galinha, consumidos tanto no preparo de pratos quanto como alternativa à carne vermelha. A recomendação é observar a integridade da casca, que deve estar intacta, sem rachaduras ou trincas, e a limpeza do ovo, que não pode apresentar sujeiras ou manchas escuras. A aparência da casca lisa e uniforme costuma indicar um produto mais fresco. Em caso de dúvida, o cheiro é um indicativo decisivo: qualquer odor forte e desagradável sinaliza que o ovo está impróprio para o consumo.