O ex-prefeito de Anápolis, Pedro Sahium, criticou duramente a postura do atual prefeito Márcio Corrêa (PL) ao avaliar os primeiros 100 dias da nova gestão municipal. Em entrevista concedida no último sábado (12) ao programa Anápolis em Debate, Sahium classificou o chefe do Executivo como um “personagem ruim”.
“O prefeito não pode ser uma personagem e, às vezes, eu percebo o nosso prefeito Márcio como um personagem que ele está interpretando. E é um personagem ruim porque é um personagem de extrema direita que desacata as pessoas, que diminui as pessoas”, declarou.
Márcio Corrêa completou na última quinta-feira (10) os 100 primeiros dias à frente da Prefeitura. O início do governo foi marcado por episódios de repercussão negativa, como o confronto com moradores de rua, em que o prefeito foi flagrado abordando pessoas em situação de vulnerabilidade e sugerindo que deixassem a cidade ou buscassem trabalho.
Ao comentar o episódio, Sahium destacou a responsabilidade pública que a liderança de um município impõe, sobretudo pelo efeito que exemplos negativos podem ter no comportamento social. “Isso não pode acontecer porque não é apenas a questão direta de diminuir o ser humano, mas é o exemplo que dá. Os outros também acham que é assim mesmo que tem que fazer”, observou.
O ex-prefeito também criticou o que chamou de radicalismo e disseminação de práticas que não dialogam com o respeito aos direitos humanos. “Essa posição radical, de ódio, de fazer arma, eu particularmente não gosto disso. Acho que não é desumano, mas um mal produz outros males. Aponta para um tipo de política pública que não é a política pública dos direitos humanos, que precisa ser reafirmada”, completou.
Pedro Sahium iniciou a trajetória política como vereador em Anápolis, ocupando o cargo por dois mandatos consecutivos, entre 1993 e 2000. Em 2000, foi eleito vice-prefeito na gestão de Ernani de Paula, mas assumiu a Prefeitura em dezembro de 2003 após a cassação do então prefeito pela Câmara Municipal. No ano seguinte, foi eleito nas urnas e permaneceu à frente do Executivo até 31 de dezembro de 2008.