Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta que a desigualdade de gênero também se reflete no empreendedorismo no estado. De acordo com o estudo, mulheres empreendedoras têm uma renda mensal 37% inferior à dos homens que atuam no mesmo setor.
O levantamento integra a quinta edição do Perfil da Empreendedora Goiana, elaborado pelo Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação (Lapei) da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Face) da UFG, em parceria com o Sebrae Goiás. A pesquisa mostra que Goiás possui cerca de 353 mil empreendedoras, com média de idade de 42 anos. A renda mensal média dessas mulheres é de R$ 2.754, enquanto os homens recebem R$ 4.361.
O estudo trouxe, ainda, um recorte específico sobre empreendedoras que atuam em suas próprias residências. O cenário mostra que, a cada dez mulheres, quatro tocam seus negócios de casa, proporção que entre os homens é de apenas um para cada dez. A renda média para essas empreendedoras domiciliares é de R$ 1.755, menos da metade da registrada para os homens, que alcançam R$ 3.663.
Entre as empreendedoras que atuam em casa, a maioria, 60%, é formada por mulheres pretas e pardas. Em relação à escolaridade, 28% possuem graduação, enquanto a maioria tem ensino fundamental ou médio. As áreas com maior presença feminina são o comércio de vestuário, serviços de beleza como cabeleireiras, manicures e pedicures, além de atividades ligadas à alimentação e ao comércio varejista.
O levantamento revelou também que apenas 18% das mulheres que empreendem em casa possuem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Entre os principais desafios enfrentados, destacam-se a dificuldade em separar despesas pessoais e do negócio, a limitação de infraestrutura doméstica, a sobrecarga com tarefas familiares e a falta de conhecimento sobre regras e legislações para empreendimentos domiciliares.