A pandemia de COVID-19 acelerou mudanças significativas em diversos setores, e a saúde mental foi uma das áreas mais impactadas. Segundo um estudo da American Psychological Association, a procura por terapia online cresceu 37% desde o início da pandemia, refletindo uma tendência que parece irreversível. Com a flexibilidade e a conveniência de acessar suporte psicológico remotamente, mais pessoas estão aderindo a essa modalidade de atendimento.
A acessibilidade da terapia online permite que pacientes escolham profissionais de qualquer lugar do mundo, eliminando barreiras geográficas e facilitando o acesso para aqueles que vivem em áreas remotas ou possuem dificuldades de locomoção. Além disso, a possibilidade de realizar as sessões em casa proporciona conforto e maior adesão ao tratamento, especialmente para aqueles que sentem ansiedade ao frequentar um consultório presencial.
Outro fator relevante é o anonimato. Muitos pacientes se sentem mais à vontade para abordar questões sensíveis quando estão em um ambiente familiar, o que contribui para uma experiência mais aberta e honesta. Estudos reforçam a efetividade da terapia online, como uma pesquisa do Journal of Anxiety Disorders, que apontou que 80% dos pacientes submetidos à terapia cognitivo-comportamental online apresentaram melhorias significativas nos sintomas. Um estudo da Universidade de Zurique também concluiu que o atendimento remoto pode ser tão eficaz quanto o presencial no tratamento da depressão.
A psicóloga Fernanda Duarte destaca que, embora ambas as modalidades sejam eficazes, há diferenças fundamentais. “A terapia presencial proporciona contato físico e um ambiente estruturado, enquanto a online oferece conforto, flexibilidade e acessibilidade. Ambas têm seus méritos e dependem do perfil do paciente”, explica. Entre os principais benefícios da terapia virtual, Fernanda cita a praticidade, o menor custo e a superação de barreiras como a timidez e a necessidade de deslocamento.
Apesar das vantagens, a terapia online não é indicada para todos os casos. “Situações mais graves, como surtos psicóticos e risco iminente de suicídio, exigem atendimento presencial e suporte emergencial”, ressalta a psicóloga. Além disso, desafios como a instabilidade da conexão de internet e a necessidade de um ambiente seguro e privado podem impactar a experiência terapêutica.
Manter a conexão e a empatia no formato online é uma preocupação constante dos profissionais da área. Fernanda destaca que escuta ativa, contato visual, tom de voz e presença genuína são fundamentais para estabelecer um vínculo terapêutico eficaz. “A tecnologia ampliou o acesso à saúde mental, e a tendência é que a terapia online continue crescendo como uma alternativa viável e eficaz para muitas pessoas”, conclui a psicóloga.