O vereador Luzimar Silva (PP) voltou a cobrar que colegas que foram contra o aumento salarial a partir deste ano devolvam o valor 'extra'. O pepista foi favorável à ampliação do subsídio, mas houve cinco votos contrários, dos quais quatro parlamentares renovaram seus mandatos para a nova legislatura da Câmara Municipal. “Vou continuar cobrando os 48 meses do mandato. Os vereadores receberam aí no último dia 25. E por que a minha crítica, a minha fala sobre isso? Porque eles votaram contra esse aumento”, declarou Luzimar.
A polêmica teve início em julho de 2024, quando a Câmara Municipal de Anápolis aprovou um reajuste de quase 40% nos vencimentos dos agentes políticos municipais, incluindo vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários. Os vereadores Jean Carlos (PL), José Fernandes (MDB), Professor Marcos (PT), Seliane da SOS (MDB) e Trícia Barreto (MDB) votaram contra o projeto. O então presidente da Casa, Domingos Paula, promulgou a lei, que foi publicada no Diário Oficial do Município, garantindo a entrada em vigor dos novos valores a partir de janeiro de 2025.
Na ocasião, o prefeito Roberto Naves anunciou que vetaria a medida, alegando falta de comunicação prévia sobre o impacto financeiro; contudo, a decisão final coube ao Legislativo. Posteriormente, em agosto de 2024, a vereadora Trícia Barreto anunciou que não disputaria a reeleição, afirmando que sempre planejou cumprir um único mandato e que retornaria à sua carreira na área da saúde.
Embora, à época, cinco vereadores tenham votado contra o aumento, o vereador Luzimar Silva questiona a coerência do grupo. “Nas ruas, muitas pessoas me disseram: ‘Não, eu não votei nisso, não’. Aí eu perdi eleitores porque houve essa narrativa de que eu votei a favor do aumento. Mas os que votaram contra, agora recebem calados”.
O parlamentar mencionou a vereadora Seliane, que teria distribuído panfletos para reforçar sua posição contrária ao reajuste. “Ela fez panfleto, entregou na cidade, mostrando que não compartilhou com isso. Mas agora, todo mês, recebe e se cala. Fica falando em redução de gasto, citando que está faltando até copo descartável, papel higiênico. Mas o dinheiro do aumento está aí”, criticou.
Luzimar defende que aqueles que se opuseram ao reajuste deveriam abdicar dos novos valores ou destiná-los a alguma entidade. “Eles não queriam esse aumento. Eles eram contra, fizeram campanha contra. Então, é o momento de entregar para uma entidade, ajudar de alguma forma. Isso tem que ser devolvido”.
O vereador também apontou que três dos seis parlamentares que votaram contra o aumento agora integram a mesa diretora da Câmara: “Professor Marcos, Jean e Zé Fernandes. São três dos seis que agora estão na mesa. Se eles foram contra, têm que justificar. Que usem a tribuna, expliquem o que estão fazendo com esse dinheiro. Se não vão devolver, que pelo menos revertam isso para um projeto, mostrem para onde está indo”.
Diante do silêncio dos colegas, Luzimar reafirmou que seguirá cobrando explicações durante todo o mandato. “Eu tenho os microfones para falar e não vou me calar. Eles exploraram isso politicamente, fizeram campanha, e agora não falam nada. No dia que vierem a público justificar o que estão fazendo com esse dinheiro, eu calarei. Mas, enquanto não derem explicações, estarei aqui cobrando, os 48 meses do mandato”.