O sonho de ter o próprio negócio está cada vez mais presente na realidade dos brasileiros. De acordo com um estudo recente conduzido pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo (Anegepe), cerca de 47 milhões de adultos no Brasil que ainda não são empreendedores desejam abrir uma empresa nos próximos três anos. Esse volume coloca o Brasil na segunda posição mundial em potencial empreendedor, ficando atrás apenas da Índia.
As razões que impulsionam os brasileiros a empreender variam entre o desejo de causar um impacto positivo na sociedade, a necessidade de gerar renda diante da escassez de empregos e a busca pela independência financeira. Além disso, a pesquisa apontou que abrir o próprio negócio é um dos principais sonhos da população, perdendo apenas para a aquisição da casa própria e a possibilidade de viajar pelo país.
Em Anápolis, esse desejo também se reflete no crescimento do número de novos empreendimentos. Dados da Junta Comercial de Goiás (Juceg) atualizados até fevereiro de 2025 indicam que o município possui 34.989 Microempreendedores Individuais (MEIs), sendo a terceira cidade goiana com mais registros nesta categoria, atrás apenas de Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Além disso, Anápolis contabiliza 52.268 empresas ativas, das quais 47.081 são microempresas e 2.802 se enquadram como empresas de pequeno porte. Juntas, essas categorias representam mais de 95% do total de negócios no município, evidenciando o protagonismo dos pequenos empreendedores na economia local.
No que se refere à estrutura jurídica dessas empresas, a maioria é composta por Empresários Individuais (33.567), seguidos por Sociedades Limitadas (18.232). Outras modalidades incluem Sociedades Anônimas Fechadas, Sociedades em Cotas de Participação e Sociedades de Capital Aberto, além de cooperativas e empresas públicas.
Especialistas afirmam que o crescimento do empreendedorismo depende de um ambiente favorável, incluindo apoio estatal e políticas públicas eficazes. Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, a cooperação entre o setor público e o privado é essencial para garantir um cenário estável e propício ao desenvolvimento dos pequenos negócios. Ele destaca que incentivos governamentais, capacitação de empreendedores e acesso facilitado ao crédito são medidas fundamentais para fortalecer o setor.
Outro fator que tem impulsionado a criação de novas empresas em Goiás é a modernização dos processos de abertura de negócios. O presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), Euclides Barbo Siqueira, comemorou os números e ressaltou que a facilidade e agilidade para abrir uma empresa no estado têm sido fundamentais para esse crescimento. "Nosso sistema ágil e totalmente digital é uma grande vantagem para os empreendedores. Em alguns casos, como o uso de contrato padrão, leva menos de um minuto para abrir uma empresa", afirmou.