Anápolis GESTÃO DA SAÚDE

OS contesta rompimento de contrato e nega falta de médicos na UPA da Vila Esperança

Instituto afirma que houve quebra unilateral por parte da Prefeitura e critica atraso de repasses e falta de diálogo

23/03/2025 15h00
Por: Emilly Viana
Foto: Bruno Velasco
Foto: Bruno Velasco

O Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), antiga gestora da UPA da Vila Esperança, contestou oficialmente a rescisão contratual promovida pela Prefeitura de Anápolis. Em nota enviada, a organização afirma que não houve intervenção, mas sim uma “quebra unilateral” de contrato, e nega a ausência de médicos na unidade no último dia 15, apontada pelo prefeito Márcio Corrêa (PL) como justificativa para a troca na gestão.

Segundo o INDSH, a folha de ponto comprova que havia equipe médica completa no plantão, e o próprio vice-prefeito Walter Vosgrau teria visitado a unidade no mesmo dia. A OS também afirma que realizava até 17 mil atendimentos mensais, bem acima da meta contratual de 12 mil, o que sobrecarregava a equipe e inviabilizava investimentos em melhorias estruturais.

Outro ponto citado pelo instituto é o atraso nos repasses financeiros por parte da Prefeitura, o que teria forçado a entidade a arcar com despesas para evitar prejuízos a pacientes e fornecedores. A nota também critica a ausência de diálogo com a atual gestão e informa que buscará apoio do Ministério Público e do Tribunal de Contas.

A nova gestora, Associação Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, de Juiz de Fora (MG), assumiu por contrato emergencial de R$ 8 milhões e terá 90 dias para gerir a unidade. A Prefeitura sustenta que o objetivo foi evitar a interrupção dos serviços e promete lançar um novo chamamento público.

A troca de gestão da UPA da Vila Esperança foi marcada por uma ação que chamou atenção pelo tom simbólico: o prefeito Márcio Corrêa (PL) e equipe chegaram à unidade à noite, com coletes refletivos e sirenes ligadas. A ação foi chamada de “intervenção” pela própria Prefeitura e foi justificada pela gestão como necessária para corrigir falhas graves no atendimento.

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