A rede municipal de ensino de Anápolis passou a contar com aulas de educação financeira e empreendedorismo em uma escola nesta semana. A iniciativa começa pela Escola Municipal Walter Beze, no Bairro São Lourenço, e será expandida para outras unidades posteriormente. Segundo a Prefeitura, a medida faz parte da reestruturação do ensino em tempo integral, que também inclui reforço escolar, atividades esportivas, culturais e sociais.
Com uma carga horária de sete horas diárias e três refeições ao dia, a proposta busca preparar os estudantes para desafios futuros. “Agora será tempo integral de verdade. Estamos reforçando nosso compromisso com a educação ao integrar aulas de educação financeira e empreendedorismo, preparando nossos alunos para os desafios do futuro”, afirmou o prefeito Márcio Corrêa.
Para a economista Eva Cordeiro, a introdução dessas disciplinas pode trazer impactos positivos tanto para a vida dos alunos quanto para a economia local. “A educação financeira desde a infância ajuda as crianças a desenvolver hábitos de poupança e consumo consciente, o que pode evitar problemas financeiros futuros”, explica.
A especialista também destaca que o ensino de finanças e empreendedorismo desde cedo pode fortalecer a economia de Anápolis ao longo do tempo. “Há um impacto significativo na economia local de várias maneiras, pois frequentemente criam empregos, o que estimula a economia local ao aumentar o consumo”, afirma.
Outro ponto levantado é a contribuição para a redução da desigualdade social, já que os alunos sairão da escola mais preparados para lidar com o mercado de trabalho e o mundo dos negócios. “A educação financeira surge como uma ferramenta poderosa na luta contra a desigualdade social. Ao capacitar as pessoas com conhecimentos e habilidades para gerenciar suas finanças de forma eficaz, a educação financeira pode ajudar a nivelar o campo de jogo e criar oportunidades para todos”, pontua Eva.
O Brasil é um dos países com maior número de empreendedores por necessidade. De acordo com dados do Sebrae e da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, 67% da população brasileira adulta está envolvida com o empreendedorismo, o que representa cerca de 93 milhões de pessoas. Entretanto, uma parcela significativa desses empreendedores inicia um negócio devido à falta de alternativas de emprego formal, tendência que foi intensificada pela pandemia de COVID-19.
Eva destaca que, nesse cenário, a formação empreendedora nas escolas pode ajudar a transformar essa realidade. “Através da capacitação contínua, os alunos podem também identificar as possibilidades do empreendedorismo de oportunidade e contribuir para uma formação empreendedora mais organizada”, conclui a economista.
Nos próximos dias, a Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, no Filostro, também passará a oferecer o ensino em tempo integral com essa abordagem. A Prefeitura de Anápolis planeja ampliar a proposta para outras unidades, consolidando a educação financeira e o empreendedorismo como parte do ensino municipal.