O presidente do Cidadania em Goiás, o anapolino Michel Roriz, afirmou que a federação com o PSDB deu errado porque os tucanos não entenderam que o partido se apequenou nas últimas eleições. Ao Painel DM desta segunda-feira (17), ele criticou imposições feitas dentro do ‘casamento partidário’ e destacou que os peessedebistas precisam aceitar a perda de relevância.
“A federação não deu errado por conta do Cidadania. É porque o PSDB não enxergou – e eu torço para que enxergue – que é um pequeno partido hoje, que encolheu, e tem que tratar a responsabilidade política como ele é hoje. Não é impor a outros partidos como se fosse um grande partido. Já foi um grande partido, teve grandes lideranças, grande presidente da República, um grande líder que é Marconi Perillo, mas é um partido pequeno e tem que respeitar para crescer novamente”, disse.
Roriz representou o diretório goiano na reunião da executiva nacional, no domingo (16), em Brasília, que decidiu pelo rompimento político com o PSDB. Isso não significa que a federação de fato está findada, uma vez que ela segue vigente, conforme a lei, até março do ano que vem.
O Cidadania considera que, no período de federação, encolheu justamente por sofrer com as imposições tucanos. “Reduzimos nossa força política. Entendemos que o partido teve uma asfixia dentro da federação. A gente era maior quando não tinha federação. No ato da federação, perdemos governadores, senadores e deputados. Enxugamos nossa bancada por conta da federação”, disse Roriz.
O rompimento abre caminho para que o partido negocie com outras siglas uma nova federação e, para o presidente goiano, o melhor caminho é fechar uma aliança com mais de uma legenda, para ampliar a força de todos os componentes.
“Vamos conversar com partidos do mesmo espectro político nosso, de centro. A gente está caminhando para conversar com partidos de centro-esquerda, mas caminhando para o partido ter capilaridade e entender os problemas do país”, destacou.
Rusgas
Roriz revelou que, entre as perdas do Cidadania, estão terrenos valiosos em Goiás. Em Formosa, o partido teria uma candidatura competitiva, de acordo com o dirigente partidário, mas que foi barrada pelo PSDB. “Insistiram numa candidatura de 300 votos”.
Em Goiânia, Pedro Azulão Jr., vereador que já tinha mandato, era a aposta para a eleição. No entanto, a atuação de Aava Santiago (PSDB), de acordo com ele, teria obrigado a retirá-lo da chapa. “Fomos forçados por conta de uma vereadora e poderíamos ter feito pelo menos mais duas cadeiras”.
O presidente do Cidadania avalia ainda que poderia ter sido o candidato a prefeito em Anápolis, no lugar de Hélio Lopes (PSDB), e ainda que a federação poderia ter mais cadeiras não fossem as imposições tucanas. “A gente entende que essa asfixia foi provocada porque o PSDB atrapalhou a capacidade do Cidadania, por ter uma proporção menor, em realizar mais eleições. Poderíamos ter dobrado nossa quantidade de vereadores e ter prefeituras”, afirmou.
Apesar do desgaste local, Roriz dá nota 7 à federação em Anápolis, sobretudo pelo respeito, diz ele, que construiu com Hélio Lopes, Ruiter Silva e outros tucanos tradicionais no processo.