A Universidade Estadual de Goiás (UEG) enfrenta um cenário de retração nos últimos seis anos. Entre 2019 e 2025, a taxa de ocupação média dos cursos em Anápolis caiu 23%, passando de 82,2% para 65,77%. O recuo faz parte de um movimento maior na universidade, que viu o número de matriculados cair 43,3% no período, de 23.098 para 13.098 alunos.
Em Anápolis, os dois câmpus sofreram impactos distintos. O Câmpus Central, que em 2019 tinha 77,6% de ocupação, agora opera com 58,14% das vagas preenchidas. Já o CSEH (Câmpus de Ciências Socioeconômicas e Humanas) registrou uma redução menor, mas ainda considerável, caindo de 86,83% para 73,40%.
O cenário reflete a reestruturação da UEG, implementada após um relatório apresentado em 2019. Desde então, a universidade reduziu o número de câmpus de 45 para 40 e descontinuou 48 cursos de graduação. Além disso, outras 39 ofertas de cursos não receberam ingressantes neste ano e podem ser encerradas nos próximos anos.
A evasão escolar também se tornou um problema crescente. Embora o número absoluto de alunos que abandonaram os cursos tenha se mantido praticamente estável (1.416 em 2019 e 1.436 em 2025), a taxa de evasão subiu de 6% para 10%, já que o total de alunos na universidade diminuiu. A instituição já discute medidas como ampliação de bolsas para tentar conter a saída de estudantes.
Além disso, o orçamento da universidade passou por mudanças. Até 2019, a UEG recebia 2% da receita líquida do Estado, um percentual fixo que garantia estabilidade financeira. A partir de então, o repasse passou a ser definido anualmente, como ocorre com outras secretarias estaduais. Ao O Popular, o atual reitor, Antônio Cruvinel Borges Neto, afirma que a mudança trouxe maior flexibilidade, e que a execução do orçamento melhorou. Em 2021, a UEG operava com R$ 302 milhões, valor que subiu para R$ 532 milhões em 2025.
Apesar das dificuldades, o número de inscritos no vestibular dobrou nos últimos três anos, subindo de 7 mil para 14 mil candidatos.