Vereador critica modelo de Torcida Premiada e propõe contrapartida social

O vereador Divino Antônio (PSD), presidente da Comissão de Esportes, Lazer e Juventude da Câmara Municipal de Anápolis, defendeu mudanças no programa Torcida Premiada 2025. Durante entrevista ao programa Painel DM, nesta segunda-feira (10), ele criticou o modelo atual da iniciativa e propôs que os clubes beneficiados ofereçam projetos sociais como contrapartida.  

A campanha, sancionada pelo prefeito Márcio Corrêa (PL) em janeiro, isenta os clubes profissionais da cidade da taxa de utilização do Estádio Municipal Jonas Duarte e distribui ingressos para torcedores que comprovem o pagamento de tributos municipais. A iniciativa é uma continuidade de ações anteriores, realizadas entre 2017 e 2024.

Para Divino Antônio, a medida precisa ser revista.  "Da maneira que está, sou contra", disse. "Não vejo o poder público colocando dinheiro em instituições privadas, dando autonomia para que eles gastem da maneira que querem, sem fazer nenhum tipo de prestação de contas", completou.  

Apesar da posição contrária ao formato atual, o vereador reconhece a necessidade de apoio financeiro aos clubes. "Entendo que os clubes da cidade precisam deste aporte", afirmou. No entanto, defende que a isenção venha acompanhada de ações voltadas à formação de crianças e adolescentes.  

Para ajustar o programa, Divino Antônio anunciou que apresentará um projeto ainda neste mês ou no início de abril. A proposta prevê que os clubes contemplem a comunidade por meio de escolinhas de futebol em bairros da cidade.  

"Hoje é muito fácil o Anápolis e a Anapolina montarem um projeto social e colocar mil alunos pelo nome que têm, pela grandeza que têm. Não estou dizendo para atender mil alunos, nem para pegar 70% do que arrecada e investir na área social. Estou dizendo para dar uma contrapartida", explicou.  

O vereador sugeriu que os clubes assumam a responsabilidade de manter escolinhas em bairros como Filostro, Morada Nova, Dom Felipe e Adriana Park. A ideia é fornecer estrutura e materiais para o ensino esportivo. "Que seja 100, que seja 50 alunos, de acordo com o que a gente apresentar na Câmara. Aí sim eu sou a favor. Sou a favor até de aumentar, mas a gente tem que atender de forma efetiva a criança e o adolescente na iniciação esportiva", pontuou.  

Divino Antônio reforçou oposicionamento citando a própria experiência à frente do projeto Campeão para a Vida, que atende 450 crianças, além de oferecer aulas de reforço para 102 alunos e disponibilizar suporte psicológico para mais de 70 participantes.  "Isso é executar", arrematou.