A bronquiolite é uma doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças com menos de dois anos de idade. A condição é caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, as vias respiratórias mais finas do pulmão, que acabam se enchendo de secreção e dificultando a respiração. Em entrevista ao pediatra Riam Dornelas, ele explicou como a bronquiolite afeta os pequenos e o que os pais podem fazer para preveni-la.
“Os sintomas iniciais da bronquiolite são bem semelhantes aos de um resfriado comum, como espirros, coriza e tosse. No entanto, à medida que a doença evolui, a criança pode começar a apresentar cansaço, esforço para respirar e chiado no peito. O mais importante é observar a evolução do quadro”, alerta Riam. Ele também enfatiza a importância de procurar um médico se a criança começar a apresentar dificuldade respiratória ou saturação abaixo de 90%.
Riam também destaca que a bronquiolite é causada principalmente por vírus, com o vírus sincicial respiratório sendo o mais comum. “Além dele, outros vírus como rinovírus e metapneumovírus também podem causar a doença. Esses vírus se espalham principalmente por gotículas respiratórias, então a transmissão é facilitada em ambientes fechados e aglomerados”, explica.
Para prevenir a bronquiolite, Riam recomenda cuidados básicos como lavar as mãos regularmente e evitar o contato dos bebês com crianças ou adultos com sintomas respiratórios. “Evitem locais com aglomerações e certifiquem-se de que as mãos estejam sempre limpas, especialmente ao pegar o bebê no colo. Para as gestantes, é fundamental realizar a vacina para o vírus sincicial respiratório, um avanço importante na prevenção”, afirma. Além disso, ele destaca que pacientes prematuros e com doenças respiratórias crônicas, como doenças pulmonares e cardiopatias, devem ser monitorados com mais atenção.
“É importante que os pais saibam reconhecer sinais de agravamento da doença, como dificuldade para respirar, respiração rápida, costelas afundando durante a respiração e narinas abertas durante a inspiração. Esses sinais indicam que a criança pode precisar de internação”, alertou o pediatra. Quando a saturação de oxigênio cai abaixo de 90% ou o bebê começa a apresentar sinais de esforço respiratório, a internação torna-se necessária.
Riam também menciona que, embora a maioria das crianças se recupere bem da bronquiolite, algumas podem desenvolver complicações a longo prazo. “Em casos raros, a bronquiolite pode predispor o surgimento de doenças respiratórias, como a asma, ou até mesmo levar a complicações mais graves, como a bronquiolite obliterante. Por isso, é fundamental que os pais fiquem atentos e sigam as orientações médicas”, conclui Riam, ressaltando que os cuidados preventivos são essenciais para evitar essas complicações.
Além disso, o pediatra reforça a importância do acompanhamento médico no tratamento da bronquiolite, pois, em casos graves, a criança pode precisar de suporte com oxigênio ou até mesmo de ventilação mecânica. No entanto, ele destaca que, com o diagnóstico precoce e os cuidados adequados, a maioria dos casos evolui bem, e a criança se recupera sem maiores complicações.