Em Anápolis, a força feminina se manifesta em histórias inspiradoras de mulheres que enfrentam desafios, conquistam espaço e transformam realidades com coragem e determinação. No Dia Internacional da Mulher, destacamos trajetórias que exemplificam essa resiliência e mostram como o empoderamento feminino impacta diferentes áreas da sociedade.
A advogada Jusceliane Teles, casada e mãe de uma filha, tem uma forte atuação no trabalho social na cidade. Para ela, tornar-se uma referência na área exigiu conhecimento, experiência e, principalmente, propósito. "Sempre acreditei que o impacto social vai além da caridade; ele exige gestão, planejamento e visão estratégica. Busquei capacitação, aprendi sobre captação de recursos, estruturação de projetos e fortalecimento de instituições do terceiro setor. Além disso, minha atuação política e pastoral me ajudou a ampliar meu olhar sobre as reais necessidades das pessoas e a criar soluções mais efetivas."
Jusceliane também destaca os desafios que as mulheres enfrentam no ambiente profissional e pessoal. "Muitas vezes, precisamos provar nossa capacidade mais de uma vez para sermos levadas a sério. Conciliar responsabilidades pessoais e profissionais pode ser um grande desafio, mas acredito que a força da mulher está justamente na sua capacidade de resiliência e adaptação. Apesar dos obstáculos, nunca deixei que o fato de ser mulher fosse uma barreira, e sim um diferencial na minha jornada."
Como mãe, ela vê a maternidade como uma força motriz. "Conciliar maternidade e carreira exige planejamento, equilíbrio e, acima de tudo, priorização. Minha filha é minha prioridade, mas entendo que meu trabalho tem um propósito maior. Busco organizar minha rotina e, sempre que possível, integrar minha filha ao meu dia a dia. A rede de apoio também é fundamental. A maternidade não nos limita, mas nos fortalece. Ser mãe me tornou mais sensível às necessidades das pessoas e mais determinada a criar um futuro melhor para minha filha e para outras crianças."
A médica e ex-vereadora Tricia Barreto também construiu sua trajetória enfrentando desafios, desde os primeiros passos na medicina até sua experiência na política. "Capacitar-se cada vez mais e manter uma postura séria no ambiente de trabalho faz toda a diferença. Se você é muito boa no que faz e não se expõe, as pessoas vão ter que te respeitar, na marra."
Tricia passou por diversas experiências profissionais, desde a residência médica até a Aeronáutica, um ambiente predominantemente masculino. "Trabalhei na aeronáutica no Rio de Janeiro, em Curitiba, em Anápolis e em Brasília. Foi um ambiente pesado, onde a mulher, agora, nos dias atuais, está sendo mais bem aceita. Antes, as Forças Armadas foram obrigadas a aceitar mulheres, mas sem realmente incluí-las. Hoje em dia, o cenário está melhor, mas na minha época foi muito difícil. Sofri assédio moral dentro da aeronave e só segurei a barra porque Deus me deu força e eu procurei ajuda."
Após a Aeronáutica, Tricia entrou para a política, onde, apesar dos desafios, sentiu que foi um ambiente menos hostil do que o militar. "A política foi infinitamente mais tranquila que a aeronáutica, por incrível que pareça. Muito falatório, muito desrespeito, mas eu passei bem por isso também. Hoje estou aposentada pela Aeronáutica, fora da política e atuando no meu consultório, fazendo o que gosto e o que só depende de mim."
Para equilibrar a vida pessoal e profissional, Tricia se organiza minuciosamente. "Tudo o que faço coloco em planilha. Tenho horário para estudar, trabalhar, ter lazer e até ficar à toa. Organização é essencial para conciliar tudo sem negligenciar nenhuma área da vida."
A cabo Dielle, do Corpo de Bombeiros, também representa a força feminina em um ambiente tradicionalmente masculino. Para ela, o segredo para se destacar na profissão é a dedicação e o preparo diário. "A mulher precisa saber que todo trabalho podemos executar. Nenhum trabalho é difícil para nós, alguns demandam mais gasto de força física e por isso nos preparamos diariamente com treinos para que possamos ter qualidade nas ocorrências."
Dielle ressalta que, dentro da corporação, as mulheres mostraram suas habilidades técnicas sem perder a feminilidade. "Estamos inseridas em um meio onde a maioria é masculina, mas a corporação reconhece nosso trabalho e não impõe comparações com os homens, uma vez que executamos as mesmas funções no meio militar. Fazemos a diferença, conquistamos nosso espaço e o respeito perante todos e a população. Somos nós que construímos nosso lugar."
As histórias dessas mulheres demonstram que a luta por espaço e respeito continua, mas que, com determinação, conhecimento e organização, é possível conquistar cada vez mais reconhecimento e igualdade. No Dia Internacional da Mulher, suas trajetórias são um lembrete da força feminina que impulsiona mudanças e inspira novas gerações.