Anápolis enfrenta uma crescente série de problemas com o asfalto, com a mais recente cratera surgindo na manhã desta segunda-feira (10), na movimentada Avenida São Francisco. Este é o terceiro incidente em menos de uma semana, gerando preocupação tanto em motoristas quanto em moradores da cidade.
A cratera, localizada em uma das principais vias de Anápolis, foi isolada pelas equipes da Prefeitura. Embora o incidente tenha chamado a atenção, o tráfego não foi gravemente comprometido, já que a interdição se limitou ao trecho afetado.
Este é o segundo episódio registrado na Avenida São Francisco, que já havia registrado uma outra cratera na última segunda-feira (3). Na ocasião, a Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) precisou bloquear parcialmente a via, restringindo uma das pistas para garantir a segurança dos motoristas.
Além disso, no dia 5 de fevereiro, uma cratera de maiores proporções se abriu na Rua Radial Sul, no bairro Vila Goiás, interrompendo o tráfego na principal via de acesso à Avenida Brasil Sul e provocando longos congestionamentos na região, um dos pontos mais movimentados da cidade.
Esses incidentes têm gerado críticas, principalmente de especialistas em infraestrutura. O engenheiro civil Clodoveu Reis, em entrevista recente ao DM Anápolis, destacou a precária condição estrutural da cidade, especialmente no que se refere ao sistema de drenagem. "A abertura dessas crateras é reflexo de uma drenagem inadequada e defasada. É fundamental que Anápolis desenvolva um Plano Diretor de Drenagem, similar ao que foi feito em Goiânia, para evitar que problemas como esses se repitam", afirmou Reis.
Para o engenheiro, essas falhas são sintomas de um sistema de drenagem ineficiente, com galerias antigas, incapazes de suportar o volume de água das chuvas. "Anápolis precisa de intervenções urgentes. Temos redes de água e esgoto subterrâneas que datam da década de 1950, o que representa um risco significativo, principalmente no período chuvoso", explicou.
Reis também destacou a necessidade de uma ação coordenada entre a Prefeitura e as empresas responsáveis pela infraestrutura da cidade, como a Saneago, para resolver o problema de drenagem de forma definitiva. "A drenagem pluvial precisa ser completamente reestruturada. Sem a substituição das redes de esgoto, por exemplo, as soluções serão apenas paliativas", concluiu.