Os dados preliminares da Defesa Civil de Anápolis mostram um aumento expressivo no volume de chuvas registrado na cidade entre outubro de 2024 e janeiro de 2025. O acumulado chegou a 1.423,6 mm, 67% a mais que o mesmo o registrado no mesmo período, entre 2023 e o início de 2024, quando o total foi de 849 milímetros.
A ampliação da pluviometria pode ser explicada por mudanças climáticas globais. De acordo com Eduardo Argolo, especialista em meteorologia, os fenômenos climáticos El Niño e La Niña desempenharam um papel fundamental nesse cenário. "Desde o final de outubro, estamos em meio a chuvas regulares e, em alguns dias, de forma intensa. Esse período passou de uma fase neutra para o fenômeno El Niño e, em janeiro de 2025, já estávamos sob os efeitos do La Niña", explicou.
Ele detalhou os impactos desses fenômenos: "El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, enquanto o La Niña promove o resfriamento dessas águas. Essas oscilações climáticas influenciam diretamente o regime de chuvas em várias regiões do Brasil, incluindo o Centro-Oeste".
Para os moradores de Anápolis, as mudanças no clima também não passaram despercebidas. Pedro Henrique, que vive na cidade, comentou sobre sua percepção do aumento das chuvas. "Acho que ninguém pode negar que choveu muito mais nos últimos meses, o calor também aumentou", relatou.
Eduardo Argolo também destacou que, com a continuidade dos efeitos de La Niña, ainda há possibilidade de chuvas acima da média nos próximos dias, demandando atenção da população.