A dieta carnívora tem conquistado seguidores em busca de alternativas para perda de peso e melhoria da saúde metabólica. Baseada exclusivamente no consumo de alimentos de origem animal, como carnes, ovos e laticínios com baixo teor de carboidratos, a dieta elimina completamente produtos vegetais, incluindo frutas, legumes e grãos.
A nutricionista clínica Maria Eduarda Brandão explica que o principal motivo que leva as pessoas a aderirem à dieta é a rápida perda de peso devido à restrição de carboidratos. “Outro benefício é a manutenção da massa muscular, já que a dieta oferece grande consumo de proteínas, além da saciedade prolongada que os alimentos desse seguimento proporcionam”, destaca.
Apesar dos benefícios relatados, a especialista alerta para os riscos significativos da dieta carnívora a longo prazo. “Ela pode facilmente causar deficiência de nutrientes importantes para a saúde do organismo, como vitaminas e minerais encontrados principalmente nos legumes, verduras e frutas”, ressalta Maria Eduarda.
A ausência de fibras na alimentação também compromete o sistema digestivo. Além disso, o alto consumo de proteínas pode sobrecarregar os rins, aumentando o risco de problemas renais ao longo do tempo. A especialista destaca que a maioria dos estudos sobre a dieta é de curto prazo e com amostras pequenas, dificultando a avaliação precisa dos impactos na saúde.
Outro ponto de preocupação levantado por Maria Eduarda é o impacto nos níveis de colesterol e na saúde cardiovascular. “A dieta carnívora é rica em gorduras saturadas, presentes principalmente em carnes e laticínios, o que pode elevar os níveis de colesterol LDL, o ‘colesterol ruim’, aumentando o risco de infarto e derrame”, alerta a nutricionista.
Devido à restrição extrema da dieta carnívora, a suplementação pode ser necessária. “É fundamental realizar exames bioquímicos para avaliar as deficiências e definir os suplementos indicados. No entanto, vale destacar que nenhuma suplementação substitui uma alimentação equilibrada”, frisa a especialista.
Quanto às escolhas alimentares, Maria Eduarda recomenda evitar carnes processadas, como salsichas, linguiças e embutidos, que possuem altos níveis de gordura saturada e sódio. “Alguns cortes de carne, como costela e cupim, também devem ser consumidos com moderação por conterem mais gordura saturada. Opte por preparos assados, grelhados e cozidos, evitando frituras”, sugere.