Anápolis OPINIÃO DE ARQUITETA

Projeto de revitalização não pode eliminar traço histórico do Centro

Arquiteta e urbanista aponta que planejamento urbano e participação da comunidade são essenciais para o sucesso

05/02/2025 09h00
Por: Redação
Foto: Paulo de Tarso
Foto: Paulo de Tarso

A revitalização do Centro de Anápolis é uma das grandes promessas da atual gestão municipal e será definida por meio de um concurso aberto a arquitetos, com a contribuição de comerciantes, universidades e à população em geral. O objetivo é transformar a região central, resgatando seu protagonismo econômico, cultural e social.

Para entender os desafios e oportunidades desse projeto, a arquiteta e urbanista anapolina Grazielly Gomes destaca a importância da requalificação urbana para o futuro da cidade. Segundo ela, a iniciativa pode não apenas modernizar o espaço, mas também reforçar a identidade cultural e histórica do município.

Para Grazielly, a revitalização do Centro de Anápolis é essencial para valorizar a história da cidade e fortalecer a economia local. “Um centro revitalizado promove integração social, fortalece a economia e contribui para uma cidade mais inclusiva e sustentável”, explica. 

Ela reforça que um projeto bem planejado pode transformar o espaço em um ambiente mais convidativo para os cidadãos, resgatando o fluxo de pessoas e tornando-o novamente um ponto estratégico da cidade. “Há a necessidade de conciliar interesses públicos e privados para viabilizar as mudanças necessárias”, destaca. 

Entre os desafios a serem superados, a arquiteta destaca o equilíbrio entre modernização e preservação histórica. “Preservar a identidade histórica é essencial para manter a conexão dos cidadãos com suas raízes. Isso contribui para fortalecer o sentimento de pertencimento da população”, salienta. 

Segundo ela, a proposta de revitalização deve incluir infraestrutura moderna, iluminação pública eficiente, espaços verdes, áreas de convivência e acessibilidade para todos os cidadãos. Grazielly também destaca a necessidade de investir em mobilidade ativa, com ciclovias, calçadas acessíveis e faixas exclusivas para pedestres.

Outro ponto essencial para a arquiteta é respeitar a identidade cultural do Centro. “Os prédios históricos e espaços tradicionais devem ser valorizados. Podemos criar ambientes que promovam a cultura local, como feiras de artesanato e exposições”, sugere. 

Ela também destaca que o projeto também deve considerar aspectos ambientais, promovendo o uso de energia solar, materiais sustentáveis e sistemas de drenagem eficientes. Grazielly defende a ampliação de áreas verdes para melhorar o microclima urbano e tornar o ambiente mais agradável.

“A sustentabilidade é um pilar importante. É importante considerar a implantação de soluções como aproveitamento de energia solar, uso de materiais sustentáveis nas reformas, manejo eficiente de águas pluviais e criação de áreas verdes para melhorar o microclima urbano”, sugere. 

Um dos fatores mais importantes para o sucesso da revitalização é o envolvimento da comunidade. A arquiteta propõe a realização de audiências públicas, oficinas colaborativas e consultas populares, garantindo que a população possa contribuir ativamente para o projeto.

“A participação da comunidade é indispensável. Isso não apenas legitima o processo, mas garante que o resultado atenda melhor às expectativas da população”, enfatiza. 

Grazielly cita como referências projetos como a revitalização do Centro de Curitiba e o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, além de cidades europeias que equilibram mobilidade, sustentabilidade e preservação histórica.

Quanto ao futuro do Centro de Anápolis, a arquiteta se mostra otimista: “Acredito que com a revitalização, o Centro se tornará um espaço vibrante, seguro, inclusivo e atraente para todos, onde história, cultura, comércio e sustentabilidade coexistam. Um lugar que resgata o protagonismo urbano, se tornando um cartão-postal para a cidade, gerando orgulho para os moradores e atraindo novos visitantes e investimentos”, finaliza.

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