O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), afirmou nesta terça-feira (4) que a cidade não recebeu a parcela do ICMS referente a dezembro ao assumir a administração municipal. Segundo ele, o valor foi antecipado pelo governo estadual e utilizado integralmente pela gestão anterior, o que teria impactado o orçamento de janeiro.
Corrêa disse à Rádio 105,7 FM que a falta do recurso trouxe dificuldades para honrar compromissos financeiros e que um diagnóstico completo sobre receitas e despesas só deve ser possível no final de fevereiro.
“O mês de dezembro foi um mês que nós já tínhamos uma previsão orçamentária e quando nós iniciamos a gestão, nós tivemos muita dificuldade porque nós estávamos aguardando o repasse do ICMS do Estado. O Estado repassou o ICMS antecipado, antes do recesso, em dezembro para a gestão anterior, que, mais uma vez, sem responsabilidade, sem compromisso com a cidade, pegou o dinheiro e zerou esse recurso”, criticou.
Segundo o chefe do Executivo anapolino, a medida alterou o planejamento orçamentário da gestão. "Já tinha uma previsão para cumprimento de obrigações em janeiro, inclusive do empréstimo feito pelo prefeito anterior, que deixou para gente pagar. Então, assim, mês de janeiro foi um mês atípico, se eu relatar o mês de janeiro vai ser uma coisa assim, ‘como que o Márcio vai fazer a gestão?’”, completou.
O posicionamento ocorre em meio a um ambiente de tensão com o Palácio das Esmeraldas. Nos últimos dias, o prefeito instaurou uma comissão para revisar o contrato da empresa responsável pelo serviço de água e saneamento no município. A comissão avaliará a prestação dos serviços e, segundo o prefeito, poderá até recomendar a rescisão do contrato, válido até 2050.
A medida repercutiu dentro do governo estadual, já que Anápolis é um dos maiores mercados da concessionária. Diretores da empresa vieram à cidade para tratar do assunto, mas aliados do prefeito têm aconselhado moderação no tom das críticas, para evitar o agravamento da relação com o governador Ronaldo Caiado (UB).