Escolha de Jean Carlos para liderança de Corrêa gera dúvida até na base

A escolha de Jean Carlos (PL) para a liderança do prefeito Márcio Corrêa (PL) gerou desconfiança até na base. Colegas, sobretudo que defendem a administração, veem que o parlamentar terá dificuldades de assumir uma posição mais combativa, que é tida como exigência para um líder de governo.

Os outros dois nomes cotados para o posto eram José Fernandes (MDB) e Jakson Charles (PSB), cujos perfis se assemelham na garra em defesa das ideias. Boa parte dos vereadores não enxerga no líder do prefeito a veemência necessária para tratar as pautas do executivo, sobretudo com uma oposição que promete perturbar.

Há ainda quem cite o histórico dele como defensor dos servidores públicos como um prenúncio de um possível desgaste com Corrêa. Neste quesito, ambos dizem que estão totalmente alinhados em valorizar a classe. O prefeito, inclusive, já enviou o projeto que prevê o pagamento do Piso Nacional do Magistério. Há também aposta de que a liderança terá, em breve, novo titular.

Pelo partido

A escolha de Jean Carlos também serve ao fim de acalmar os ânimos do PL, que já expressou insatisfação publicamente com a falta de espaço com Corrêa. Jakson Charles é bem visto pelo prefeito e muitos colegas apostam que ele pode assumir o posto, mas não sem antes um parlamentar do PL ser testado na função. Publicamente, Corrêa foi só elogios ao novo líder.

Anúncio via rádio

A maior curiosidade da sessão talvez tenha sido a afirmação de Jean Carlos de que descobriu que seria líder pela entrevista concedida pelo prefeito à Rádio São Francisco, menos de uma hora antes da abertura oficial do ano legislativo. Colegas comparam o caso aos anúncios de Ernani de Paula, que tinha o hábito de efetuar grandes comunicados pela imprensa, sem avisar os envolvidos.

No pé do ouvido

Um vereador da oposição soprou no ouvido do prefeito que vai ‘derrubar seu líder’, referindo-se a Jean Carlos. O ano legislativo começa com uma bancada de seis opositores, alguns mais e outros menos contundente. Na primeira sessão, parte deles já vocalizou insatisfações com a gestão de Corrêa. Por outro lado, coube a Divino Antônio (PSD) a defesa mais enfática da administração.

Fila de credores

O prefeito afirmou, em entrevista coletiva após a primeira sessão da Câmara, que há mais de R$ 300 milhões em dívidas apuradas com fornecedores e afirmou ao repórter que questionou sobre ‘abrir a caixa-preta’. “Se estiver curioso, é só ir para a porta do meu gabinete todo dia para ver o tanto (de fornecedor) que está lá querendo receber”.

Três vereadores acumularão presidências de comissões permanentes na Câmara

Três vereadores vão assumir as presidências de pelo menos duas comissões no início desta nova legislatura na Câmara Municipal. Wederson Lopes (UB), Suender Silva (PL) e Capitã Elizete (PRD) pautarão os trabalhos, cada um, de dois colegiados. Lopes comanda Finanças, Orçamento e Economia e ainda Urbanismo, Transporte, Obras e Serviços.

Suender fica à frente de Agricultura, Indústria, Comércio, Desenvolvimento Econômico e Turismo e da Comissão de Saúde e Assistência Social. Elizete coordenará o colegiado de Segurança Pública e da Mulher. A CCJ, mais cobiçada, ficou com Seliane Santos (MDB). O único parlamentar de oposição que presidirá uma comissão será Rimet Jules (PT), com Meio Ambiente e Saneamento.