Os 23 vereadores têm como compromisso nesta segunda-feira (3) a primeira sessão ordinária da nova legislatura. A Câmara Municipal retoma oficialmente as atividades com temas importantes a tratar – como o acompanhamento do trabalho da Saneago para dar fim ao problema da água suja – expectativa de embates entre parlamentares da oposição e da situação.
No primeiro mês do ano, houve muita polêmica em torno dos vídeos e das declarações do prefeito Márcio Corrêa (PL). Ainda com um tom eleitoral, o chefe do executivo municipal fez diversas críticas à gestão anterior, de Roberto Naves (Republicanos), e fez anúncios que geraram críticas.
Os mais recentes, por exemplo, abrangem a educação. No fim de semana anterior ao reinício das aulas, o prefeito fez um vídeo de um posto de combustíveis e pediu aos pais que não comprassem os materiais presentes em listas emitidas por Cmeis e escolas municipais. Ele prometeu que, já para o início das aulas, todos teriam os kits. Isso não aconteceu, mas a promessa da Secretaria Municipal de Educação (Semed) é entregar os materiais a todos os estudantes até o fim desta semana.
O ano letivo, inclusive, foi adiado. A previsão era que o início se desse no dia 23, mas se deu no dia 27 e, para duas turmas da educação infantil, no dia 29 de janeiro. A alegação da Semed é que postergar a retomada das aulas foi necessário para ajustes na rede.
Corrêa também chegou a anunciar 2,5 mil novas vagas em creches, mas o número, no fim, era de 440. Depois, o prefeito se corrigiu e disse que as vagas, que antes seriam imediatas, agora surgirão durante o ano letivo.
O vereador Alex Martins (PP), ligado à educação, embora não tenha vindo a público contestar as afirmações do prefeito – à exceção do vídeo gravado na última quinta-feira (30), quando ele diz que há livros abandonados no almoxarifado da Semed – tem sido um dos incomodados com os anúncios considerados descabidos e os comentários pouco informados de Corrêa.
Hoje, ele é um dos que começa como oposição, apesar do perfil mais contemporizador. Por outro lado, há opositores com posicionamento mais contundentes, como o ex-presidente da Casa, Domingos Paula (PDT), Fred Caixeta (PRTB) e Luzimar Silva (PP).
Caixeta, por exemplo, foi muito crítico ao atraso na renovação do convênio da Força Tática Municipal, que ficou 15 dias fora das ruas – período no qual Anápolis registrou três homicídios. Depois da reclamação do parlamentar, publicada pelo DM, o prefeito, no mesmo dia, renovou o convênio com a Polícia Militar para a retomada das rondas.
Ao Painel DM, na última semana, ele afirmou que há terreno para embate na Câmara, uma vez que Corrêa fez diversas promessas durante e a campanha e muitos anúncios não cumpridos no primeiro mês. “A gente vê nas ruas que já há um descontentamento, e isso vai refletir na tribuna”, destacou.
A base ainda não tem líder oficialmente anunciado. Esse posto está, segundo o prefeito, entre Jean Carlos (PL) e José Fernandes (MDB). Até o fechamento desta edição, Corrêa não confirmou quem vai representá-lo no legislativo.
Caminhão de requerimentos
Já são cerca de 500 requerimentos, entre podas, tapa-buracos, recapeamento, vagas em creches, que serão apreciados pelos vereadores nos primeiros dias. No último balanço divulgado pela assessoria da Casa, já havia também 14 projetos protocolados. Eles englobam causa animal, meio ambiente e outras áreas.