O vereador Cabo Fred Caixeta (PRTB) confirmou que a moção de repúdio à fala do senador Jorge Kajuru (PSB) será levada à votação na sessão extraordinária da Câmara Municipal de Anápolis, na próxima segunda-feira (3). Segundo o parlamentar, o documento já conta com 13 assinaturas e não tem como alvo o senador em si, mas sim a declaração feita durante sua visita à cidade, quando afirmou que "a direita tem um monte de imbecil".
"Quero que fique bem claro que não é contra o senador Kajuru, mas pela fala dele", frisou Caixeta. "O senador trouxe emendas para a cidade de Anápolis, mas tem o senador Vanderlan, tem o senador Wilder Morais, e o dever deles, como todo e qualquer parlamentar, é trazer emendas. Mas isso não dá o direito de dizer que o outro lado é imbecil”, declarou ao programa Painel DM.
A política exige contrapontos, argumentou o parlamentar, mas o respeito deve prevalecer. "Não é porque eu pago as contas da minha casa que eu posso chamar algum familiar meu, uma esposa ou um filho de imbecil. Então, não é dessa forma, democracia não é isso", disse.
Ele também questionou o local onde a declaração foi feita. "O que não pode haver são falas como aquela, que infelizmente aconteceu dentro do gabinete do prefeito, que foi eleito com o partido da direita", destacou.
REPERCUSSÃO
A proposta de moção trouxe mal-estar à Câmara, especialmente ao vereador Jakson Charles (PSB), que classificou a medida como "imatura e imbecil". Charles criticou a iniciativa e alegou que o foco deveria ser o bem da cidade e não disputas ideológicas. "O senador Jorge Kajuru pode ter as suas intempéries, pode ter os seus questionamentos, mas vale ressaltar que é um dos senadores que mais tem trazido recursos para a cidade de Anápolis", argumentou ao Painel DM.
Fred Caixeta rebateu as críticas e disse que Jakson Charles foi soberbo nas declarações ao sugerir que o parlamentar do PTRB era imaturo e necessitava de aprendizado. "Não é assim que se faz política", afirmou.
O vereador também defendeu que a moção não impede a destinação de recursos à cidade e reforçou que o respeito deve ser mantido no debate público. "Posicionamento político não deve ser caracterizado como se o oposto fosse imbecil. Todos os locais que tenham assembleias legislativas, câmaras municipais ou o Congresso devem ter esse contraponto, para que o Executivo tenha uma fiscalização ativa, independentemente de ser de direita ou de esquerda", enfatizou.