O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (SITTRA), Adair Rodrigues, conhecido como Arrojado, voltou a afirmar que está em pauta uma greve no transporte coletivo do município. Na semana passada, como mostrou o DM, a entidade já havia alertado para o risco de paralisação, que foi reforçado pelo dirigente sindical.
Rodrigues lembrou que a negociação começou ainda em maio de 2024, quando foi entregue a pauta de reivindicações. Apesar das tentativas de negociação, não houve avanço para atender aos pedidos da categoria, e itens como o pagamento retroativo desde junho de 2024, o tíquete de férias e a ajuda financeira para motoristas que também atuam como cobradores permanecem sem solução.
Em dezembro de 2024, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) interveio, suspendendo uma greve planejada pela categoria e determinando um reajuste de 3,34% a partir daquele mês. No entanto, Rodrigues ressaltou que a decisão judicial não abrangeu todas as demandas da categoria.Por isso, conforme o presidente do SITTRA, a greve é iminente.
“Há possibilidade (de paralisação). Notificamos todos os órgãos competentes, e a qualquer momento pode parar o transporte coletivo na cidade. É uma perda para o trabalhador, para o usuário e para a cidade em si. Mas vai acontecer. Se não tomarem providências, vai parar”, afirmou.
No ano passado, em 7 de fevereiro, os motoristas do transporte coletivo de Anápolis cruzaram os braços por um dia. Houve sérias repercussões para trabalhadores e lojistas, que ficaram sem funcionários naquele dia.
De acordo com Rodrigues, a paralisação agora não mais depende de assembleia, dada a insatisfação elevada dos motoristas. “Pode parar espontaneamente. Pode acontecer de o pessoal parar de novo e cruzar os braços”, completou.
Hoje a Urban tem 400 funcionários, não só motoristas, mas em outras funções. O salário médio é de R$ 2.608,02. O pedido de reajuste feito desde o ano passado é de 10%. Apesar de uma determinação judicial no ano passado para suspender um indicativo de greve, não há acordo com a categoria. “Não assinei nada com a empresa”.
Em novembro do ano passado, o então prefeito Roberto Naves (Republicanos) autorizou o reajuste de 6%, ou seja, de 30 centavos, na tarifa do transporte coletivo, elevando-a ao patamar de R$ 5,25 – para quem paga no cartão da Urban -e começou a valer no dia 1º de dezembro. A passagem para usuários que adquirem-na no dinheiro ficou estabelecida em R$ 6.
À época, a empresa alegou que o percentual era insuficiente e não fechou acordo para atender às demandas do SITTRA, que agora volta a pressionar pelo reajuste salarial dos motoristas.
O atual prefeito Márcio Corrêa (PL) afirmou em entrevista coletiva no dia 8 de janeiro que “em breve” teria boas notícias para os usuários do transporte coletivo e citou a possibilidade de redução da passagem e melhoria do serviço.