A Equatorial Goiás desmantelou um esquema de furto de energia no Centro de Treinamento Leandro Ribeiro, da Associação Atlética Anapolina, em Anápolis, durante uma operação realizada na última sexta-feira (24). O clube, que utiliza o local para as atividades de sua equipe de futebol, foi alvo de fiscalização em conjunto com a Polícia Civil e Científica. A ação revelou uma ligação direta de energia, sem o uso de medidores de consumo, praticada há dois anos. O valor da dívida do clube foi estimado em R$ 45 mil, com um prejuízo acumulado de R$ 192 mil devido ao furto de energia.
"Quando há esse tipo de prática, a pessoa é obrigada a pagar o valor que deixou de ser cobrado na fatura", explicou a Equatorial Goiás. A empresa esclareceu que, ao ser constatado o furto, o cliente deve arcar com a dívida, mas a questão não segue como um processo criminal diretamente com a concessionária. "O processo é judicial, e a justiça vai determinar em quantas vezes e de que forma o valor deverá ser pago", detalhou a empresa. Em relação à suspensão da energia, "não há impedimento para o cliente regularizar sua situação", disse a Equatorial. "Ele pode fazer o pedido de religação, e a energia será restabelecida dentro dos padrões legais, permitindo que comece a utilizar a energia de forma regular."
Durante a operação, o presidente e o diretor do clube não estavam no local, sendo assim, não foram presos em flagrante. A fiscalização resultou no desligamento imediato das ligações irregulares. "Em 95% dos casos, o cliente foi regularizado, e nos casos em que não foi possível, a energia foi cortada e será reestabelecida após a regularização da situação junto à agência de atendimento", afirmou a Equatorial Goiás.
O furto de energia, além de ser ilegal, coloca em risco a segurança da população, sobrecarregando a rede elétrica e gerando possíveis acidentes graves. A prática é passível de reclusão e multa, sendo um crime que afeta tanto a qualidade do fornecimento de energia quanto a segurança de quem manipula a rede sem qualificação.
A Equatorial Goiás também destacou que, uma vez constatado o furto, o cliente deverá pagar o valor correspondente ao consumo não faturado, mais a multa que a justiça determinar. "Por exemplo, se foi detectado que o valor do furto foi de R$ 6 mil, o cliente tem que pagar essa dívida, além da multa que será estipulada pelo judiciário", explicou a empresa.
Em agosto de 2024, a Anapolina transformou-se em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), registrando a mudança no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e adotando um novo estatuto. A empresa Five Gestão LTDA, com sede em Goiânia, assumiu a administração do clube, detendo 90% do controle, enquanto 20% do valor investido foi destinado ao pagamento de dívidas da associação.
Apesar da reestruturação, a Anapolina enfrenta desafios financeiros significativos. O clube ainda acumula dívidas trabalhistas, o que reduz seu poder de arrecadação. A Anapolina enviou uma nota oficial esclarecendo a situação e expressando seu compromisso com a regularização da pendência.
A nota é reproduzida a seguir, na íntegra:
"O clube enfrenta atualmente uma transição de gestão e titularidade, iniciada no mês de janeiro de 2025. Infelizmente, fomos surpreendidos por essa irregularidade. Ressaltamos que estamos trabalhando com o suporte do nosso departamento jurídico para resolver a situação.
Estamos trabalhando normalmente usando geradores até que se resolva a situação. Havíamos já solicitado uma visita técnica para avaliação e transferência da conta para Anapolina SAF.
A Anapolina SAF reafirma seu compromisso com a transparência e a responsabilidade junto a todos os envolvidos. Estamos empenhados e trabalhando no fortalecimento do nosso clube para que continue desempenhando seu papel esportivo e social com excelência.
Seguimos à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer atualizações à imprensa, à comunidade e aos nossos torcedores."