Saúde JANEIRO ROXO

Diagnóstico precoce é chave e evita agravamento de quadro da hanseníase

Apesar da redução nos casos em Goiás, o diagnóstico precoce e o combate ao preconceito são desafios para o controle

28/01/2025 13h00
Por: Redação
Foto: Reprodução
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A campanha Janeiro Roxo, de combate Hanseníase, marca uma importante oportunidade para conscientizar a população sobre a doença, reforçando ações como as promovidas pelo Janeiro Roxo. No Brasil, a ação nacional busca educar e mobilizar a sociedade para combater a doença e garantir o acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce. 

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase afeta células da pele e dos nervos, podendo levar a graves sequelas, como deformidades físicas e perda de funções motoras. Apesar de ser uma doença tratável, o preconceito ainda dificulta a busca por ajuda médica e a adesão ao tratamento. 

Em Goiás, foram registrados 786 novos casos de hanseníase em 2024, uma redução de aproximadamente 3% em relação a 2023, que contabilizou 816 notificações. Apesar da diminuição, a doença segue sendo um desafio de saúde pública, exigindo atenção especial para identificar casos e tratar os pacientes adequadamente. 

A dermatologista Vanessa Ribeiro destaca que os primeiros sinais da hanseníase podem ser sutis e passar despercebidos. "Manchas na pele, que variam de brancas a avermelhadas, acompanhadas de perda de sensibilidade, são um dos principais sintomas. Nessas áreas, a pessoa não percebe queimaduras ou ferimentos", explica. Além disso, formigamento, dormência nas extremidades e redução do suor são indícios que requerem atenção médica. 

O tratamento da hanseníase é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e consiste no uso de antibióticos em esquemas que variam de seis meses a um ano. Vanessa Ribeiro ressalta a importância da adesão ao tratamento. "Quando diagnosticada precocemente, a hanseníase é totalmente tratável. No entanto, a duração prolongada do tratamento pode levar à desistência, especialmente em casos avançados, onde as sequelas já são irreversíveis." 

A hanseníase é classificada em três graus de incapacidade física: no grau 0, não há comprometimentos; no grau 1, ocorre perda de sensibilidade, aumentando o risco de lesões; e no grau 2, deformidades severas, como mão em garra e dificuldade para fechar os olhos, podem surgir. "O diagnóstico precoce é essencial para evitar essas complicações", reforça a especialista. 

Além de combater a doença, as campanhas educativas ajudam a diminuir o estigma. Vanessa Ribeiro destaca que o preconceito histórico ainda afeta o diagnóstico. "No passado, pacientes com hanseníase eram isolados em colônias, o que gerou um estigma que persiste até hoje. Isso dificulta a busca por tratamento e a identificação precoce dos casos." 

Os profissionais de saúde também desempenham papel crucial nesse processo. "É necessário um treinamento contínuo para que possam reconhecer os sinais da doença e orientar os pacientes adequadamente", conclui Vanessa Ribeiro.

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