O prefeito Márcio Corrêa (PL) afirmou nesta segunda-feira (27) que ainda é cedo para falar na rescisão do contrato de concessão do serviço de água e saneamento firmado com a Saneago. No fim de semana, o chefe do executivo municipal chegou a dizer que encerrar o vínculo era uma das possibilidades avaliadas.
Em entrevista coletiva, o gestor ponderou que o documento tem etapas que permitem chegar à rescisão. Antes, porém, a empresa deve ser notificada e multada. Caso não haja solução para os problemas apontados pelo município, caberia o encerramento do acordo.
“Precisamos fazer cumprir o contrato. Ele exige uma notificação, uma multa e, no caso de não resolvida (a demanda), até uma rescisão. Muito cedo ainda falar de rescisão. Mas é uma ferramenta que temos. Precisamos é resolver o problema. Nosso papel é controlar, multar e tomar medidas cabíveis para a entrega do serviço com qualidade”, disse Corrêa.
A crise foi deflagrada na sexta-feira (24), depois que o prefeito nomeou uma comissão que poderia, como medida mais dura, reavaliar o contrato de concessão. No sábado (25), diretores da Saneago vieram à cidade e levaram Corrêa à Estação de Tratamento de Água (ETA) do Jardim das Américas. Desde então, ele tem modulado o tom. “As conversas estão no sentido de resolver o problema. A Saneago trouxe toda a equipe para trabalhar e resolver o problema da população”, destacou.
O grande problema neste momento é a água turva. Moradores de diversas regiões da cidade enfrentam, há tempos, o dissabor de abrir a torneira e receber água suja, com coloração terrosa. A Agência Reguladora do Município (ARM) afirma que já havia notificado a Saneago diversas vezes desde o ano passado, mas não houve solução para o problema.
Márcio Corrêa informou que se reuniu com a Procuradoria-Geral do Município, que vai notificar a Saneago e exigir a redução da tarifa dos clientes que foram afetados pela água turva. Também será aplicada uma multa.
“Estamos acompanhando esse processo juntamente com a ARM. Entrei em contato com o governador, estou em contato com diretores. Anápolis repassa R$ 25 milhões todos os meses para a Saneago. O mínimo que pode fazer é oferecer água com qualidade”, disse.
O prefeito afirmou ainda que Anápolis tem 2 mil metros quadrados de calçadas em que não houve a reconstrução após a passagem da rede de esgoto. Ele ainda quer acelerar a universalização do saneamento. Hoje, o município tem mais de 85% de cobertura, e a previsão para universalizá-la é ainda este ano.
Outra reclamação contumaz dos moradores é sobre os cortes abertos no asfalto para alterações e ampliação da rede de abastecimento de água, que por vezes demoram muito tempo para serem fechados. Há queixas também sobre a qualidade do pavimento.