Cultura TROFÉU JABURU

Anapolinos receberão principal honraria do setor cultural em GO

Muth Lopes, Valdson Ramos e Ludmilla Lima são homenageados pelas contribuições em música, artes visuais e dança

27/01/2025 13h00
Por: Redação
Foto: Divulgação
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O Troféu Jaburu, a mais prestigiosa comenda cultural do estado de Goiás, será entregue a três talentosos anapolinos em uma cerimônia que celebra a riqueza e diversidade da produção cultural local. Muth Lopes, reconhecido pela sua contribuição à música, receberá a Medalha de Mérito Cultural 2023, enquanto Valdson Ramos, na área de artes visuais, e Ludmilla Lima, representando a dança, serão agraciados com os Diplomas de Destaque Cultural do Ano 2024.

A cerimônia de premiação está marcada para esta terça-feira (28), no Auditório Mauro Borges, em Goiânia, e promete ser um momento de grande orgulho para o cenário cultural de Anápolis. A entrega do Troféu Jaburu não apenas destaca o talento e a dedicação dos artistas, como também reforça a força da arte anapolina no cenário cultural goiano.

Cada um dos homenageados possui uma trajetória notável, marcada por um impacto duradouro em suas respectivas áreas, contribuindo para o enriquecimento da identidade cultural da cidade.

O Troféu Jaburu é uma honraria concedida anualmente pelo Conselho de Cultura de Goiás, que reconhece pessoas ou entidades de destaque no universo cultural. A poetisa Cora Coralina foi a primeira homenageada pela comenda, em 1980, e desde então, o prêmio tem sido um símbolo de excelência e compromisso com a cultura no estado.

Muth Lopes

Músico, compositor e professor de violão com ênfase em harmonia, Muth Lopes é um verdadeiro ícone da música anapolina, e sua trajetória é um testemunho da rica tradição musical que emana dessa cidade.

"Me sinto imensamente honrado por essa premiação, não só por mim, mas pelo nosso povo e nossa cidade que sempre abrigou grandes talentos musicais", afirmou Muth. Ele destacou a importância da coletividade, estendendo a honraria a todos os professores e funcionários da Escola de Música de Anápolis, onde tem desempenhado um papel crucial na formação de novos músicos. 

Muth enfrentou os desafios de fazer arte em um país onde a cultura muitas vezes é subestimada. "Os desafios sempre são muitos quando se trata de fazer arte, não só no nosso estado, mas em todo o nosso país. Mas o amor em fazer sempre é maior", refletiu, citando o saudoso Chico Buarque: "O grande artista tem que sambar de cócoras sem tocar no chão". 

As influências de Muth são tão diversas quanto sua carreira. “Meu pai, Sr. Alonso, tinha o maior acervo de discos e livros da nossa cidade. Sempre fui influenciado pelo violão instrumental brasileiro, o samba, a bossa nova, música latina, jazz, baião e diversos ritmos e estilos brasileiros”. 

Valdson Ramos

A arte é um espelho da sociedade, e poucos a compreendem tão bem quanto Valdson Ramos. Natural de Formoso, mas radicado em Anápolis, se destaca no cenário artístico local e nacional, especialmente pela colaboração com a Barranco Galeria. Sua trajetória é marcada por desafios, superações e uma profunda conexão com a cultura religiosa que permeia sua vivência.

"Eu me sinto visto, eu sinto que o meu trabalho está sendo visto e valorizado", afirma Valdson, refletindo sobre a importância do reconhecimento em sua carreira. Para ele, cada prêmio e cada elogio são a confirmação de que sua arte ressoa nas pessoas, algo que todo artista almeja.
Entretanto, o caminho até aqui não foi fácil. Valdson enfrentou a resistência quando anunciou a escolha de sua profissão. "Os maiores desafios que enfrentei na minha arte foram a aceitação, a princípio dos mais próximos", revela. O artista ainda atua como professor no ensino fundamental e médio, uma escolha que, segundo ele, contribui bastante para sua vida artística.

A religiosidade é uma das principais fontes de inspiração para. "Desde criança, fui criado na cultura religiosa", conta ele, mencionando as festas e celebrações que moldaram sua visão artística. Essa vivência se traduz em suas obras, que buscam trazer à tona temas que transcendem as paredes da religiosidade e geram discussões sociais mais amplas. "O bônus que esses temas geram é uma discussão a nível muito maior do que só dentro da religiosidade", explica.

Um dos trabalhos mais significativos é "Conhecereis A Verdade", que explora a dualidade entre o verdadeiro e o falso. "Esse trabalho leva a uma discussão muito ampla sobre a vida da atualidade. O que é verdade? Existe uma verdade absoluta?", questiona. A ideia é provocar o espectador a refletir sobre a natureza da verdade em tempos de desinformação.

"Eu gosto muito desse trabalho e é gratificante ver que agora faz parte do acervo do Museu de Artes de Anápolis", conclui.

Ludmilla Lima

Natural de Anápolis, Ludmilla começou sua jornada no mundo da dança aos 8 anos, quando ingressou na escola de dança Escola de Dança de Anápolis Mauricio Salles, onde se formou em balé clássico. Desde então, sua trajetória tem sido marcada por conquistas e um compromisso inabalável com a promoção da dança na região.

"Me sinto feliz e grata ao receber o Troféu Jaburu, pois percebo que estou trilhando o caminho certo. A cada movimento, busco fomentar a cultura da dança e o reconhecimento da profissão de bailarino e coreógrafo", celebra.

Após concluir sua licenciatura em dança pela Universidade Federal de Goiás (UFG), ingressou na Companhia de Dança Klauss Vianna, levando sua arte para diversas cidades brasileiras. Em 2014, fundou a Plié Studio de Dança, onde continua a ensinar balé e jazz contemporâneo.

A artista não hesita em promover a dança no cenário anapolino. No ano passado, trouxe grandes nomes para a cidade, como Caio Nunes e Jefferson Cassemiro para formação. "Meu objetivo é oferecer oportunidades de profissionalização para os bailarinos de Anápolis, valorizando também os figurinistas, cenógrafos e iluminadores envolvidos na cadeia produtiva", destaca.

A cultura de Anápolis, segundo ela, exerce uma influência profunda em suas criações. Seu primeiro espetáculo autoral, "Versões de Caixas", retratou a angústia e a felicidade de estar em casa durante a pandemia. "Busquei trazer bailarinas anapolinas para contar suas histórias através do movimento", explica. 
"Minhas criações são reflexo do cotidiano e das vivências que tenho na cidade. A dança é para todos, e é isso que busco mostrar em meus espetáculos", conclui Ludimilla, que se prepara para mais uma apresentação que promete encantar o público.

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