Com o início do ano letivo nesta segunda-feira (20), os 26.252 alunos da rede estadual em Anápolis retornaram às aulas sob as novas regras que proíbem o uso de celulares nas escolas. A diretora pedagógica da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) afirmou que a aplicação da medida deve ser feita de forma tranquila, priorizando o diálogo com estudantes e famílias.
Ao DM Anápolis, a educadora explicou que algumas escolas da rede já possuem estratégias para lidar com o uso de celulares, como caixas organizadas por turma, onde os alunos depositam os aparelhos ao chegar. A prática, segundo Alessandra, deve ser acompanhadas por termos de autorização assinados pelos pais para garantir que as ações das unidades estejam em conformidade com as famílias. “A escola não pode simplesmente confiscar o celular, pois isso pode gerar conflitos desnecessários. É fundamental que haja diálogo com os responsáveis para assegurar que a norma seja bem compreendida e respeitada”, enfatizou.
A diretora avaliou a medida como positiva e destacou que a proibição visa fortalecer a interação social e a concentração dos alunos, inclusive durante os intervalos e recreios. Para ela, o foco também é melhorar o desenvolvimento de relações interpessoais, que acabam prejudicadas pelo uso excessivo de telas. “Queremos criar um ambiente onde os estudantes possam se engajar nas atividades escolares e desenvolver suas habilidades cognitivas e sociais”, disse.
Outro ponto citado pela diretora é o impacto positivo da medida na saúde mental e na segurança dentro das escolas. Segundo ela, a restrição ao uso de celulares contribui para evitar situações como exposição inadequada de colegas e professores, cyberbullying e o compartilhamento indevido de imagens. “Essa mudança é um passo importante para criar um ambiente mais saudável e seguro para todos”, comentou.
TECNOLOGIA
Para garantir que a proibição não comprometa a inclusão de conteúdos relacionados à tecnologia, a diretora argumenta que o Estado tem investido em infraestrutura e equipamentos tecnológicos. Alessandra mencionou programas como o Conectar, que assegura internet para todas as escolas da rede, e o Equipar, que possibilita a montagem de laboratórios móveis.
Além disso, Chromebooks estão sendo distribuídos para os alunos do ensino médio, enquanto os professores já receberam notebooks para utilizar plataformas educacionais. “Estamos empenhados em modernizar o ensino e proporcionar aos alunos ferramentas tecnológicas que apoiem seu aprendizado, sem depender do uso de celulares para fins pedagógicos”, explicou.
A diretora também destacou que, em 2025, a rede estadual contará com uma nova plataforma educacional de inglês, voltada para o desenvolvimento da proficiência dos estudantes na língua estrangeira. “Estamos avançando no uso de tecnologia para tornar as aulas mais modernas e atrativas, sempre com foco no aprendizado e no desenvolvimento integral do aluno”, assegurou.
Alessandra finalizou reforçando a importância de um trabalho conjunto entre escolas, estudantes e famílias para a implementação bem-sucedida da medida. “Estamos organizando rodas de conversa, palestras e outras atividades para conscientizar os alunos sobre os benefícios de desconectar durante o período escolar. Essa transição requer um esforço coletivo, mas acreditamos que trará resultados positivos para o aprendizado e a convivência nas escolas”, concluiu.
A Secretaria Municipal de Educação também foi questionada sobre como será a adesão e a fiscalização da proibição de celulares na rede municipal, incluindo se os alunos poderão manter os aparelhos nas mochilas, se o uso será permitido durante os recreios e qual orientação será dada aos pais sobre o tema. Até o fechamento desta edição, a pasta não retornou com esclarecimentos.